I. PECADO:
Pecado é a falta de conformidade com a vontade de Deus, em estado, disposição ou conduta. Para indicar isso, a Bíblia usa vários termos como:
· pecado (Sl 51.2; Rm 6.2);
· desobediência (Hb 2.2);
· transgressão (Sl 51.1; Hb 2.2);
· iniqüidade (Sl 51.2; Mt 7.23);
· mal, maldade, malignidade (Pv 17.11; Rm 1.29)
· perversidade (Pv 6.14; At 3.26);
· rebelião, rebeldia (1Sm 15.23; Jr 14.7);
· engano (Sf 1.9; 2;Is 2.10);
· injustiça (Jr 22.13; Rm 1.18);
· erro, falta (Sl 19.12; Rm 1.27);
· impiedade (Pv 8.7; Rm 1.18);
· concupiscência (Is 57.5; 1Jo 2.16);
· depravação (Ez 16.27,43,58).
Com respeito à origem do pecado na história da humanidade, a Bíblia ensina que ele teve início com a transgressão de Adão e Eva, e, portanto, um ato voluntário da parte do homem, leia Gn 3. 1-23.
O tentador veio do mundo dos espíritos com a sugestão de que o homem, colocando-se em oposição a Deus, poderia tornar-se semelhante a Deus. Adão se rendeu à tentação e cometeu o primeiro pecado, comendo do fruto proibido. Mas a coisa não parou aí, pois com esse primeiro pecado Adão passou a ser escravo do pecado. Esse pecado trouxe consigo corrupção permanente, corrupção que teria efeito, não somente sobre Adão, mas também sobre todos os seus descendentes.
Como resultado da “queda”, o pai da raça humana transmitiu uma natureza deturpada aos seus descendentes. Dessa fonte o pecado flui numa corrente impura passando para todas as gerações de homens, corrompendo tudo e todos com que entra
É primariamente nesse sentido que o pecado de Adão é o pecado de todos. É o que Paulo ensina em Rm 5.12: “Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram”. Isso significa que todos se tornaram sujeitos ao castigo e à morte. Não se trata do pecado considerado meramente como corrupção, mas como culpa que leva consigo o castigo. Deus considera todos os homens como pecadores culpados em Adão, exatamente como considera todos os crentes como justos
1º. Perversão total da natureza humana. O contágio do pecado espalhou-se imediatamente pelo homem todo, não ficando sem ser tocada nenhuma parte da sua natureza, mas contaminando todos os poderes e faculdades do corpo e da alma. Esta completa corrupção do homem é ensinada claramente na Escritura em Gn 6.5; Sl 14.3; Rm 7.18. Na realidade essa corrupção manifesta-se como incapacidade espiritual.
2º. Houve a perda da comunhão com Deus. O homem perdeu a imagem de Deus no sentido de retidão original. Ele rompeu com a verdadeira fonte de vida e bem-aventurança, e o resultado foi uma condição de morte espiritual (Ef 2.1, 5, 12; 4.18).
3º. Mudança em sua consciência. Houve, primeiramente, uma consciência da corrupção, revelando-se no sentido de vergonha, e no esforço que os nossos primeiros pais fizeram para cobrir a sua nudez. E depois houve uma consciência de culpa, que achou expressão numa consciência acusadora e no temor de Deus que isso inspirou.
4º. Morte. Não somente a morte espiritual, mas também a morte física resultou do primeiro pecado do homem. Havendo pecado, o homem foi condenado a retornar ao pó do qual fora tomado (Gn 3.19). Paulo nos diz que por um homem a morte entrou no mundo e passou a todos os outros homens (Rm 5.12), e que o salário do pecado é a morte (Rm 6.23).
5º. Esta mudança resultou também numa necessária mudança de residência. O homem foi expulso do paraíso, porque este representava o lugar da comunhão com Deus, era símbolo da vida mais completa e perfeita se continuasse firme. Foi-lhe vedada a árvore da vida, porque esta era o símbolo da vida prometida.
Tipos de pecado
Pecado original - Significa que todos nós nascemos pecadores como herança da desobediência de Adão e Eva. “Eu nasci na iniqüidade, e em pecado me concebeu minha mãe” (Sl 51.5); “Se dissermos que não temos pecado nenhum, a nós mesmo nos enganamos, e a verdade não está em nós” (I Jo 1.8).
Pecado por omissão – acontece quando você sabe, tem consciência, que deve fazer algo, Deus quer que você faça algo, porém você deixa de fazer, por exemplo, a Bíblia diz que devemos orar sem cessar, no entanto você ora todos os dias? Mesmo?“Aquele que sabe que deve fazer o bem e não o faz, comete pecado.” (Tg 4.17).
Pecado por comissão - são aqueles erros que cometemos conscientemente, voluntariamente, por exemplo, você sabe que algo é errado, mas, mesmo assim, você vai e faz, você decide ter aquela atitude. “... cada um é tentado pela sua própria cobiça, quando esta o atrai e seduz. Então, a cobiça, depois de haver concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, uma vez consumado, gera a morte” (Tg 1.14-15).
II. ARREPENDIMENTO:
A Bíblia nos apresenta o homem como em uma situação complicada diante de Deus. Veja dois exemplos: “Eis que a mão do Senhor não está encolhida, para que não possa salvar; nem surdo o seu ouvido, para não poder ouvir. Mas as vossas iniqüidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que vos não ouça” (Is 59.1-2). “Porque todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus” (Rm 3.23)
Essa condição do homem de pecado e afastamento de Deus expôs o homem e toda a humanidade a todo tipo de desajustes que vemos: guerras, conflitos, assassinatos, exploração, mentiras, egoísmo, abusos de todos os tipos, destruição da família, etc. Como resultado de estar afastado de Deus, o homem entrou em conflito com os outros e consigo mesmo.
A origem de toda essa situação é a rebeldia. È a atitude de rebeldia que temos dentro de nós, herdada de nossos pais, Adão e Eva. Diante de uma ordem de Deus, eles se rebelaram no Jardim do Éden, preferindo seguir a Satanás e fazer a sua própria vontade (Gn 2.15-17; 3.1-6). Esse foi o pecado que afastou o homem de seu relacionamento com Deus: a rebeldia. A partir daí a porta foi aberta para todo tipo de pecada e para a morte (Rm 5.17).
Rebeldia é viver como eu quero, como acho melhor, como “me dá na cabeça”. Todos nós somos rebeldes por natureza para com Deus e temos um coração orgulhoso e egoísta. Queremos fazer aquilo que nos parece melhor, queremos ser “livres”, e viver à nossa maneira. Não queremos ninguém se “metendo” em nossas vidas, dizendo o que devemos ou não fazer. Essa atitude de rebeldia e independência é o nosso maior pecado.
A Bíblia, em Ef 2.1-3, descreve a pessoa que anda no pecado. As pessoas não conseguem aceitar que essa é uma descrição delas mesmas, mas, infelizmente, é a condição de todo homem e mulher. Se essa é a verdadeira condição do homem, qual é a solução?
Arrependimento: Uma Mudança Radical de Atitude
Se o problema do homem é que ele está sem Deus por causa do pecado, a solução é cortar o problema pela raiz, na sua origem. É preciso mudar de atitude, é preciso abandonar a rebeldia. Essa mudança de atitude é descrita na Bíblia como arrependimento. Quando Jesus começou a pregar, sua mensagem era: “arrependam-se” (Mt 4.17), antes dele veio João Batista, dizendo: “arrependam-se” (Mt 3.1-2). Os apóstolos de Jesus continuaram a pregar a mensagem de Deus para que todos se arrependessem (At 2.38 e 17.30).
Algumas pessoas confundem arrependimento com remorso. Remorso é um sentimento de mal estar por haver feito algo errado. O arrependimento é muito mais que isso. Arrependimento não é apenas um pesar por ter ofendido alguém. A contrição sem conversão nos leva a continuar cometendo os mesmos pecados, pois o que nos incomoda, pesa em nossa consciência, são apenas aqueles pecados grosseiros que cometemos. Arrepender-se significa uma mudança radical de atitude e mentalidade, a atitude à qual somos chamados a abandonar é a rebeldia.
Em Mt 11.29 o Senhor Jesus nos chama para “tomar sobre nós o Seu jugo”, levar o jugo de Jesus significa nos sujeitarmos a Ele e viver obedientes e submissos
Quatro Aspectos do Arrependimento:
a) Mudança de Reino do império das trevas para o reino da luz (Cl 1.13)
Nesse mundo existem apenas dois reinos. Desde o primeiro pecado de Adão, todos nós nascemos no reino das trevas, cujo príncipe é Satanás, ele, juntamente com seus demônios, engana domina e age em todos os homens para arruiná-los. Quando nos arrependemos, renunciamos a Satanás e suas mentiras e sujeitamos nossas vidas a Jesus Cristo, para que Ele a governe.
b) Negar-se a si mesmo – Mc 8.34-35
Por causa da nossa natureza egoísta, desenvolvemos no decorrer dos anos um estilo de vida egocêntrico. Em outras palavras, eu sou o centro do meu mundo, tudo o que faço é para mim: viver, estudar, trabalhar, descansar, etc. Todos os meus esforços estão orientados para meu próprio bem estar.
O homem “religioso” – aquele que exterioriza uma religiosidade sem ter uma experiência genuína de conversão e comunhão com Deus - que não deixou de lado seus próprios interesses, está nas mesmas condições com a única diferença que agora tem Deus “a seu serviço”. O “religioso” entende Deus como aquele que existe para o ajudar, guardar dos perigos, abençoar, curar, etc., no entanto, ele mesmo continua sendo o centro de sua vida. Não vive para Deus, mas para ele mesmo.
Negar-se a si mesmo é esquecer ou deixar de lado meus próprios interesses, é dizer NÃO ao egoísmo. Cristo deve ser o centro da sua vida, você deve viver para Ele e por Ele. Assim seu trabalho será para Ele, seu dinheiro, seus estudos, sua família, seus sonhos, tudo terá o objetivo de honrar ao Senhor. “Quem achar a sua vida perdê-la-á; e quem perder a sua vida por amor de mim achá-la-á” (Mt 10.39).
c) Colocar Jesus em 1º lugar – Mt 10.37, Lc 14.26
Geralmente colocamos o nosso “eu” e nossas coisas em primeiro lugar, Jesus exige uma mudança total. Ele é Deus, e como tal deve ocupar o primeiro lugar em nossa vida. Acima de tudo devemos a Ele amor e fidelidade. Jesus tem que ser a pessoa mais importante de nossas vidas, aquele a quem amamos mais do que nossos familiares, posses e anda mais do que a nós mesmo.
d) Renunciar tudo o que possui – Lc 14.33
As pessoas, em geral, por sua ignorância e egoísmo, consideram-se donas de tudo que possuem. Na realidade, o legítimo dono de tudo que possuímos é Deus. Todos os nossos pertences, incluindo bens materiais, família, tempo, capacidades naturais, casa, dinheiro, futuro, etc., tudo isso é de Deus.
A mudança de atitude consiste no fato de que antes eu acreditava que tudo o que eu possuía era para mim e para os meus, mas agora, renuncio tudo quanto tenho e entrego tudo isso para Deus. Tudo fica à Sua inteira disposição para o que Ele mandar. Dessa forma, o discípulo (você) é apenas mordomo dos bens que possui. “O homem não pode receber coisa alguma se do céu não lhe for dada” (Jo 3.27); “... não que, por nós mesmos, sejamos capazes de pensar alguma coisa, como se partisse de nós; pelo contrário, a nossa capacidade vem de Deus” (II Co 3.5).
Como Devemos nos arrepender
a) Tomando uma decisão firme e imediata de deixar a velha vida e seguir a Jesus Cristo (Jo 15.1-18)
Você já entendeu que seu problema não é uma ou outra atitude errada, você já sabe que tem uma natureza originalmente má, portanto, você deve deixar essa atitude de rebeldia conscientemente e abrir mão de governar sua própria vida e entregá-la a Deus para obedecê-lo em tudo. É hora de rejeitar a soberba, o egoísmo, a independência, sair do centro de sua vida e colocar Jesus nesse lugar. Lembre-se a solução não é ser um “religioso”. Você não precisa de uma religião ou de um Deus que resolva todos os seus problemas, mas que não muda o seu coração. Você precisa conhecer Jesus, e através de um relacionamento diário de amizade, Ele te transformará, mudará sua forma de ver as pessoas, as circunstancias, o mundo ao seu redor.
b) Renunciando todo tipo de envolvimento com o reino das trevas (At 19.18-20)
Se no passado você se envolveu com algum tipo de ocultismo, bruxaria (wicca), espiritismo, religiões orientais, tarô, numerologia, astrologia, etc., você deve confessar isso a Jesus e renunciar a tudo isso
c) Confessando os pecados (Pv 28.13; I Jo 1.9)
Quando vemos nossa condição de pecadores somos quebrantados, assim vemos como temos ofendido a Deus com os nossos pecados. Ao nos arrependermos devemos confessar nossos erros com a nossa boca (Rm 10.9-10). Ao se confessar a Deus mencione todos os pecados que você conseguir se lembrar, certamente você não se lembrará de todos, não se preocupe, com certeza, o Espírito Santo te guiará. A confissão deve ser sincera, deve ser feita com base no arrependimento e com a firme determinação de abandonar o pecado.
Quando possível a confissão deve ser acompanhada de restituição, por exemplo, aquilo que foi furtado deve ser devolvido, pedir perdão a quem ofendemos, tratamos mal ou magoamos, e falar a verdade a quem enganamos. Na oração também liberamos o perdão àqueles que nos fizeram mal.
III. CONCLUSÃO:
Jesus veio com a boa notícia de que o nosso problema com Deus podia ser resolvido e nos apresentou uma condição para sermos salvos da nossa situação de perdidos em nossos pecados: o arrependimento. O verdadeiro arrependimento é o que produz convicção, contrição, confissão, abandono do pecado e conversão do pecador. Se essas 5 coisas não acontecerem na vida de uma pessoa que diz que se converteu, fique certo que na realidade não houve conversão, não se trata de arrependimento verdadeiro e completo, mas apenas tristeza e remorso: “Porque a tristeza segundo Deus produz arrependimento para a salvação, que a ninguém traz pesar; mas a tristeza do mundo produz morte” (II Co 7.10).
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