segunda-feira, 7 de setembro de 2009

LIÇÃO 10: DÍZIMO

1. Introdução:

O dizimo baseia-se no fato de Deus ser o proprietário da terra e doador de todas as dádivas (Sl 24.1). De acordo com o ensino do A.T., o dízimo pertence ao Senhor. Ao entregar-lhe, o israelita reconhecia que Deus era o dono da terra e de seus frutos. A não devolução do dízimo, por parte dos israelitas, considerava-se como um roubo a Deus (Ml 3.8-10).

O conceito de dízimo no A.T., já existia na era patriarcal, Abraão deu a Melquisedeque o dízimo de tudo (Gn 14.20). Portanto, antes da lei, o dízimo já existia. A lei apenas formalizou e sistematizou essa prática, e os profetas pregaram a necessidade de sua observância. Era exigida a décima parte das rendas de uma pessoa com vistas à manutenção da adoração; do sistema religioso e também para o benefício dos pobres da comunidade judaica. No N.T. o próprio Cristo reforçou o conceito do dízimo como um ato de fé que produz obediência voluntária aos preceitos divinos. O dízimo, antes de ser mera obrigatoriedade, é um ato de generosidade do cristão, que faz parte da lei do amor. O resultado será que aqueles que assim fazem de nada terão necessidade, pois Deus, o legítimo dono de todas as coisas, ama a quem dá com liberalidade e pureza de coração.

O dízimo não é mera obrigatoriedade, mas um ato oriundo da fé nas promessas de Deus. O dízimo é uma forma de você dizer que não é escravo do dinheiro e demonstrar sua gratidão a Deus pelas bênçãos que ele tem te dado. É tornar-se participante com Deus na obra de evangelização do mundo. É o privilégio de tirar dez por cento de toda a renda pessoal e investir nos negócios de Deus aqui na terra.

II. O Dízimo no A.T.

Dar ou pagar o dízimo, no A.T., constituía-se em separar a décima parte do produto da terra e dos rebanhos para o sustento do santuário de Deus e dos sacerdotes.

A origem do dízimo perde-se no tempo, sendo anterior a Moisés e Abraão. No entanto, a primeira referência bíblica ao fato relaciona-se aos dias desse patriarca. Em Gn 14.20 está escrito que Abraão entregou a Melquisedeque o dízimo de tudo, sendo que, neste caso, não foi do produto da terra, nem dos rebanhos, e sim do despojo da guerra, costume também observado nos tempos antigos (Hb 7.2)

Posteriormente, na progressão da história bíblica, você encontrará Jacó seguindo o exemplo de seu avô, só que em outra circunstância; a de ser grato a Deus, se este lhe guardasse durante a sua jornada (Gn 28.18-22).

Nos dias de Moisés, o dízimo passou a exercer importante papel na vida religiosa do povo israelita (Dt 26.1-15). Desta forma, não só a casa de Deus era suprida, como também mantida a tribo levítica, responsável pelo sacerdócio. Quando o povo se encontrava fraco e afastado de Deus, o dízimo era negligenciado. Pagar o dízimo é, portanto, um sinal de avivamento, entre outros, quando provém da fé e de um coração que reconhece o senhorio de Deus sobre todas as coisas. Por isso, Malaquias chegou a chamar de ladrões de Deus àqueles que não entregavam os seus dízimos (Ml 3.8-10), confrontando-os a fazer prova com o Todo-Poderoso, que jamais deixará de cumprir suas promessas àqueles que lhe são fieis.

III. O Dízimo no N.T.

O dízimo não ficou restrito aos tempos do A.T. O próprio Cristo ensinou sobre a importância do dízimo. Ao ler Mt 23.23-33, você descobrirá que a prática do dízimo entre os contemporâneos de Jesus tornou-se legalista e ostentatória de falsa espiritualidade. Os escribas e os fariseus cumpriam esta determinação para serem vistos e honrados pelos homens, e não como fruto de um coração sincero, era apenas aparência e mais nada, eles entregavam o dízimo para serem visto e ovacionados por todos. Dessa forma, todo o texto de Mateus enfatiza este lado da arrogância, da falsa religiosidade, onde a hipocrisia se reveste de justiça para tornar-se a glória de corações iníquos e apodrecidos.

Alguns podem até pensar, ao ler este texto, que Jesus estava condenando o dízimo, porém, uma leitura mais atenta revela que Ele estava reprovando a motivação errada dos líderes daquela época. Foi isto que deixou claro ao afirmar: “... pois que dizimais a hortelã, o endro e o cominho, e desprezais o mais importante da lei, o juízo, a misericórdia e a fé”. Ou seja, uma coisa não pode existir sem a outra. É tanto que acrescentou: “Deveis, porém, fazer estas coisas (viver o juízo, a misericórdia e a fé), e não omitir aquelas” (dar o dízimo). O que Jesus fez foi reforçar o conceito de que o dízimo, antes de ser mera obrigatoriedade, para aparentar justiça, é um ato de fé que produz obediência voluntária aos mandamentos da Palavra de Deus.

A palavra dízimo não aparece nos ensinos de Paulo, entretanto, ela está implícita todas as vezes em que ele admoesta sobre a contribuição. Ao lermos I Co 16.2 e 3 podemos notar que o apóstolo pede para que cada um contribua proporcionalmente à sua prosperidade, ou seja, cada um entregue segundo o que pode.

O dízimo é exatamente isso, você devolve à casa de Deus 10 por cento daquilo que recebe. Quando se entrega os dez por cento, ele será sempre proporcional àquilo que você ganha, em outras palavras, quanto mais Deus abençoa financeiramente alguém mais essa pessoa contribuirá.

O apóstolo ensina que além de ser proporcional à condição de cada um, a entrega do dízimo deve ser fruto de uma motivação correta, nessa passagem ele também explica a “lei da semeadura”, confirma a promessa de abundancia e também fala da alegria daqueles que foram ajudados através das ofertas levantadas: “Aquele que semeia pouco, pouco também ceifará; e o que semeia com fartura com abundância também ceifará. Cada um contribua segundo tiver proposto no coração, não com tristeza ou por necessidade; porque Deus ama a quem dá com alegria. Deus pode fazer-vos abundar em toda graça, a fim de que, tendo sempre, em tudo, ampla suficiência, superabundeis em toda boa obra, como está escrito: Distribuiu, deu aos pobres, a sua justiça permanece para sempre. Ora, aquele que dá semente ao que semeia e pão para alimento também suprirá e aumentará a vossa sementeira e multiplicará os frutos da vossa justiça, enriquecendo-vos, em tudo, para toda generosidade, a qual faz que, por nosso intermédio, sejam tributadas graças a Deus. Porque o serviço desta assistência não só supre a necessidade dos santos, mas também redunda em muitas graças a Deus, visto como, na prova desta ministração, glorificam a Deus pela obediência da vossa confissão quanto ao evangelho de Cristo e pela liberalidade com que contribuís...” (II Co 9.6-13).

IV. Conclusão:

Se todos os crentes entregassem o dízimo, não haveria necessidade de a igreja lançar mão de campanhas de cunho financeiro para arrecadar o dinheiro necessário para a execução de suas tarefas. Entretanto é muito pequeno o percentual daqueles que se dispõem a cumprir esse mandamento, talvez por falta de conscientização do significado do dízimo.

Malaquias afirmou que o dízimo é “para que haja mantimento na casa do Senhor” (Ml 3.10), aplicando ao contexto de hoje, é através dos dízimos que a igreja encontra meios para realizar a evangelização, sustentar missionários, manter seus obreiros, cuidar da assistência social, ou seja, ajudar os menos favorecidos, custear a construção e manutenção dos templos, etc.

A promessa dada por Deus através de Malaquias impõe uma condição: primeiramente a pessoa deve trazer os dízimos para depois fazer prova com Deus, que garante derramar a sua bênção, trazendo a abundância. Porém, é bom que fique claro que isso não anula as aflições da vida, nos quais podem surgir os momentos de dificuldades. Entretanto, a Palavra de Deus, que não falha, garante vitória aos que atravessarem esses períodos com obediência e fidelidade.

Reflitamos por um momento: como a igreja poderá ser abençoada com crescimento, se lhe faltam recursos para aquisição de folhetos, enviar obreiros, dar suporte aos programas de evangelismo, cuidar dos carentes, manter dignamente aqueles que trabalham na obra? O dízimo que entregamos tem essa finalidade, a de suprir a casa do Senhor. Deus não precisa do seu dinheiro, lembre-se que ele é o criador de toda a riqueza, contudo ele está dando a você a oportunidade de ser ainda mais abençoado. Veja algumas coisas que acontecem quando o cristão, corretamente motivado, entrega o seu dízimo:

  • Ele sente-se recompensado por participar ativamente da obra de Deus;
  • Deus o abrirá as janelas do céu abençoando essa pessoa ricamente (Ml 3. 10,12);
  • Ele se torna um exemplo para todos ao seu redor;
  • O Senhor repreenderá o devorador (Ml 3.11), um demônio que age na área financeira, impedindo com que a pessoa cresça financeiramente.
  • Os recursos para a realização dos projetos da igreja serão mais abundantes;
  • A obra será realizada com mais qualidade e rapidez.

Leitura adicional:

Malaquias 1.6-10

Levítico 27-32b

Deuteronômio 28.1-14

Malaquias 3.6-12

Números 18.21, 23-26

Deuteronômio 7.12-15

II Coríntios 8.15

Gálatas 6.6-7

Atos 20.33-35

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