sábado, 22 de agosto de 2009

LIÇÃO 9: BATISMO

I. INTRODUÇÃO:

Deus nos mostrou que o nosso estado diante dele era de rebeldia e independência. O nosso pecado fazia separação entre nós e Deus, mas o arrependimento quebrou o poder do Inimigo, do mundo e da nossa própria vontade e faz prevalecer a vontade de Deus em nossa vida. Ante dizíamos: “Eu sou dono da minha vida, sou senhor do meu destino”. Agora o nosso discurso mudou radicalmente e passamos a dizer: “Jesus é o dono da minha vida, Ele é o meu Senhor e tudo o que possuo pertence a Ele, e agora faço aquilo que Ele quer”. Diante dessa realidade, temos duas questões:

  • Qual é o meu primeiro passo para fazer a vontade do meu Senhor?
  • Como vou ter poder para fazer Sua vontade?

O primeiro passo de quem entregou sua vida a Jesus é ser batizado. Os apóstolos de Jesus pregavam o Evangelho e ensinavam que todos os que haviam crido deveriam ser batizados como sinal de sua conversão. Essa foi a experiência de todos aqueles que receberam a Jesus como Salvador e Senhor, entre eles podemos citar:

· Os três mil convertidos no dia de Pentecoste (At 2.37-42);

· Os samaritanos (At 8.12-30);

· O eunuco que foi evangelizado por Filipe (At 8.35-38);

· Saulo (Paulo) que foi batizado por Ananias (At 9.17-17-18; 22.16)

· Cornélio e sua família (At 10.44-48)

· Lídia na cidade de Filipos (At 16.25-34)

· O carcereiro na prisão de Filipos (At 16.25-34)

· Os discípulos de João Batista quando se tornaram discípulos de Jesus (At 19.1-5)

Entretanto, apesar de tudo que aprendemos até aqui, é provável que você ainda tenha dúvidas em relação a necessidade e a importância do batismo para a vida cristã. Talvez ainda esteja se perguntando: Que méritos tem esse ritual para a minha vida com Deus? Qual o significado desse ato? Por que devo me batizar? O batismo é obrigatório ou opcional?

II. A IMPORTÂNCIA DO BATISMO:

O batismo é assunto de extrema importância tanto para a igreja quanto para sua vida em particular. É através do batismo que o novo convertido passa a ser considerado parte integrante do povo de Deus, é através dele que o novo crente afirma seu compromisso com Cristo e a igreja e esta passa a reconhecê-lo como membro. Sem esse compromisso ninguém é aceito como sendo parte da família de Deus, sem fazer parte dessa família, você fica impossibilitado de crescer espiritualmente conforme o que deseja o Senhor Jesus. Através da comunhão com a igreja, especialmente em seu relacionamento com o Senhor e com os outros irmãos e irmãs é que você crescerá e poderá alcançar à maturidade espiritual.

III. O SIGNIFICADO DO BATISMO:

1. Definição - A palavra batismo significa “mergulho”, “submersão”. É a primeira ordem que o Senhor Jesus nos deu, através do qual o novo convertido passa a fazer parte d o corpo de Cristo, ou seja, a igreja.

2. Conceito – O batismo ilustra a experiência da regeneração efetuada pelo Espírito Santo no pecador, experiência esta que se relaciona com a morte e ressurreição de Cristo. Isto significa que quando o pecador aceita a Cristo como seu salvador, passa por uma transformação tão extraordinária, que só pode ser explicada como sendo morte e sepultamento do velho homem e ressurreição de uma nova criatura, livre para viver uma nova vida com Deus. Em outras palavras, quando o pecador aceita a morte de Jesus como uma morte vicária, isto é, para substituí-lo diante da justiça de Deus, morre também com Ele, mas assim como Jesus não ficou na sepultura, mas ressuscitou, aquele que crê em Jesus ressuscita juntamente com Ele para a vida eterna. Desse modo o batismo simboliza a morte para o mundo e a ressurreição para uma nova vida de fé em Jesus. É evidente que essa regeneração para uma nova vida de fé não se dá no momento do batismo, mas sim no momento em que a pessoa se submete a Cristo pela fé. O batismo apenas simboliza, representa uma decisão já tomada pelo novo convertido, é uma forma de demonstrar a todos, à família, à sociedade, à igreja, ao céu e ao inferno, o seu compromisso com Deus.

IV. A NECESSIDADE DO BATISMO:

É necessário porque o próprio Jesus ordenou – o batismo nas águas não é uma opção para aquele que se converte, é um mandamento expresso de Deus: “Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-os a guardar todas as coisas que vos tenho ordenado. E eis que estou convosco todos os dias até à consumação do século” (Mt 28.19-20); “E disse-lhes: Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado será salvo; quem, porém, não crer será condenado” (Mc 16.15-16). Todo crente fiel que tem convicção de sua decisão e ama ao Senhor terá alegria em cumprir esse mandamento. A admissão no Reino de Deus se dá através da fé no sacrifício de Cristo associada ao verdadeiro arrependimento, todavia, é o ato do batismo que exterioriza essa fé, que torna seu compromisso visível a todos.

É necessário porque Jesus nos deu o exemplo - “Por esse tempo, dirigiu-se Jesus da Galiléia para o Jordão, a fim de que João o batizasse. Ele, porém, o dissuadia, dizendo: Eu é que preciso ser batizado por ti, e tu vens a mim? Mas Jesus lhe respondeu: Deixa por enquanto, porque, assim, nos convém cumprir toda a justiça. Então, ele o admitiu. Batizado Jesus, saiu logo da água, e eis que se lhe abriram os céus, e viu o Espírito de Deus descendo como pomba, vindo sobre ele. E eis uma voz dos céus, que dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo” (Mt 3.13-17). Era da vontade de Deus que se batizassem todos os que aceitassem o seu reino, do qual João Batista era o precursor. Por isso Jesus, apesar das palavras de João, deu o exemplo batizando-se nas águas do rio Jordão.

V. O MÉTODO BÍBLICO DO BATISMO:

A água respingada sobre a cabeça ou face, óleo na fronte e tantas outras invenções que vemos por aí, não passam de criações do homem não respaldadas e nem ensinada pela Bíblia. Por essa razão, orientamos aos novos convertidos que se submetam unicamente ao batismo bíblico, que é por imersão total, ou seja, é necessário mergulhar o corpo em água. Existem basicamente quatro evidências de que a forma bíblica do batismo é a imersão:

1. A evidência bíblica – os textos que narram o batismo de Jesus dizem: “Batizado Jesus, saiu logo da água...” (Mt 3.16); “Logo ao sair da água...” (Mc 1.10). O texto que conta o batismo do eunuco realizado por Filipe declara: “Seguindo eles caminho fora, chegando a certo lugar onde havia água, disse o eunuco: Eis aqui água; que impede que seja eu batizado? Filipe respondeu: É lícito, se crês de todo o coração. E, respondendo ele, disse: Creio que Jesus Cristo é o Filho de Deus. Então, mandou parar o carro, ambos desceram à água, e Filipe batizou o eunuco. Quando saíram da água, o Espírito do Senhor arrebatou a Filipe, não o vendo mais o eunuco; e este foi seguindo o seu caminho, cheio de júbilo” (At 8.36-39).

Esses textos não deixam dúvidas. É improvável que, vezes seguidas, os ministrantes dos batismos tivessem que entrar na água com os que eram batizados se o fossem por aspersão, aliás, se fosse assim, por aspersão, nem mesmo o candidato ao batismo precisaria entrar na água. Você concorda?

2. A evidência do significado da palavra – como vimos no início da lição, A palavra batismo vem do grego “baptizo” e significa “mergulho”, “submersão”, “imergir completamente”. Se a própria palavra traz esse sentido, é claro que as demais formas de batismo não estão baseadas no ensino bíblico.

3. Evidência histórica – os livros de História Eclesiástica, que contam a história da igreja, afirmam que até o ano de 150 d.C, aproximadamente, só era praticada a imersão como forma de batismo.

4. Evidência do simbolismo do batismo – desde que o batismo simboliza a morte, o sepultamento e a ressurreição, como já foi dito anteriormente, a sua administração (aplicação) não pode ser outra a não ser por imersão.

VI. CONCLUSÃO:

Na “Grande Comissão” registrada em Mt 28.19-20, Jesus nos mandou fazer discípulos, batizando-os e ensinando-lhes todas as coisas. É importante notar que todo o texto desta referência tem força de mandamento. O Novo Testamento, e especialmente o livro de Atos, nos mostra que os discípulos aceitaram as palavras de Jesus como mandamento. Eles reconheceram a importância de fazer discípulos, batizar e ensinar. É verdade que o batismo não salva, mas é necessário que você seja batizado conforme claramente ensina a Palavra de Deus. O batismo nas águas é uma demonstração pública de que você morreu para o mundo e está assumindo uma nova vida em Cristo: “Já estou crucificado com Cristo; e vivo não mais eu, mas Cristo vive em mim” (Gl 2.20).

“Tá tão difícil fingir que tá fácil!”

Outro dia, fizemos uma confraternização entre o pessoal da editora para a qual faço alguns trabalhos. Era um daqueles dias lindos, onde todos se disponibilizam para o riso e os abraços. Estávamos num sítio e os homens e meninos resolveram jogar bola, enquanto as mulheres assistiam e riam da falta de preparo físico deles...

Claro que o objetivo era a diversão e tudo acontecia assim. Num determinado momento, aproximei-me das grades da quadra, perto da trave. Para a minha surpresa, veio um deles, agarrou-se na grade e confessou, exausto, suando, como quem pede socorro: “Ai, tá tão difícil fingir que tá fácil!”

A confissão foi tão espontânea e inesperada que comecei a rir, mas imediatamente tive um insight, “caiu uma ficha”, como dizem. Pensei comigo mesma: é realmente muito difícil, em alguns momentos de nossa vida, fingir que tá fácil, mas ainda assim a gente insiste em fingir, sem se dar conta de que isso só aumenta mais a dificuldade, tanto a física, quanto a mental e, principalmente, a emocional.

Fica fazendo cara de feliz e até sorrindo feito bobo, só pra disfarçar a dor que lateja por dentro, a tristeza que machuca sem parar, a mágoa por algo que aconteceu e não sabemos o que fazer com a realidade.

Talvez um emprego que perdemos ou nem conseguimos conquistar; um amor que acabou ou que nem começou; um amigo ou irmão com quem brigamos e não sabemos como fazer as pazes; uma raiva absurda que toma conta da gente por causa de uma situação em que nos sentimos contrariados, diminuídos, humilhados...

Enfim, muitas vezes, vivemos situações que nos provocam o desejo de xingar, gritar, esbravejar, argumentar e chorar feito criança, sem se importar com as caretas, as lágrimas, o barulho... só chorar, chorar e chorar até pegar no sono... Mas não! Não nos permitimos amolecer. Permanecemos durões, engolindo a dor a seco, sentindo a tristeza passar pela garganta como se fosse espinha de peixe enroscada... arranhando, incomodando, doendo mais. E lá estamos nós... fingindo que está fácil!

Pois bem, não sei quanto a você, mas estou decidida, cada vez mais, a mostrar o que sinto, mesmo sabendo e confessando que também não é nada fácil. No entanto, é bem mais fácil se expor e mostrar os sentimentos, tentando digeri-los e transformá-los em aprendizado, do que fingir, camuflar, parecer sem ser, viver sem se aprofundar, amar sem ser intenso, sentir sem se entregar.

Não estou, de forma alguma, sugerindo que você alimente sentimentos como raiva, tristeza e desesperança. Muito pelo contrário: estou sugerindo que você os assuma, sinta-os e, assim, possibilite o fim de cada um deles. Porque enquanto a gente finge que não está sentindo, eles continuam lá, enroscados. Mas quando a gente se assume e os expõe, eles passam, acabam, vão embora. Claro que, sobretudo, este tem de ser o nosso objetivo!

Aproveito, então, para sugerir: pare de fingir. Pare de sustentar um ego que só te faz ser quem você não é (ou seja, ninguém!) e te distancia de sua verdadeira essência. Pare de se importar tanto com o que vão pensar sobre você e se concentre mais na sua humanidade, na sua vontade de crescer e se tornar melhor, lembrando sempre de que a gente só consegue sair de um lugar e chegar a outro quando tem consciência de onde está e, sobretudo, para onde deseja ir.

Que você vá além e ultrapasse qualquer caminho que não seja o seu. Saia do fingimento e vá para o autêntico, porque só assim é que a vida vale a pena e é só aí que o amor encontra espaço!

Texto de:

R O S A N A B R A G A

Pesquisadora da área há mais de 10 anos, ela surpreende ao propor atitudes e soluções no complexo mundo das relações, conduzindo as pessoas a se apoderarem de seu potencial e ressaltando a diferença entre “quem quer” e “quem faz”.
Palestrante em Relações Interpessoais e Desenvolvimento Profissional, escritora, jornalista e consultora em relacionamentos.
Reconhecida como uma das maiores especialistas em relacionamentos interpessoais do país, Rosana Braga desenvolve um trabalho considerado inspirador e eficaz, promovendo mudanças no âmbito pessoal e profissional.


Autora dos livros:
. O Poder da Gentileza - Ed. Minuano
. Gigantes da Motivação - Ed. Venda Mais - (autora convidada)
. Faça o Amor Valer a Pena – Ed. Gente
. Alma Gêmea – Segredos de um Encontro – Ed. Alaúde
. AMOR - sem regras para viver – Ed. Alaúde

Momento de Reflexão e Transformação:

"Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes, mas não esqueço de que minha vida é a maior empresa do mundo. E que posso evitar que ela vá à falência. Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver, apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise. Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar um autor da própria história. É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma. É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida. Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos. É saber falar de si mesmo. É ter coragem para ouvir um 'não'. É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta. Pedras no caminho? Guardo todas, um dia vou construir um castelo..."

Fernando Pessoa.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Brigadeirão de Microondas


Ingredientes:

  • 1 lata de leite condensado
  • 1 lata de creme de leite
  • 1 colher de chá de margarina
  • 3 ovos
  • 1 xícara de chá de chocolate em pó
  • ¼ xícara de açucar
  • Chocolate granulado a gosto

Modo de Preparo:


Colocar todos os ingredientes no liquidificador (menos o chocolate granulado) e bater até misturar bem. Não há uma ordem específica para os ingredientes, pode colocar na ordem que quiser. Colocar na forma, tampar (como a minha forma não tem tampa eu tapei c/ um prato) e levar ao forno de microondas por sete minutos + ou-, depende da potência do seu. Depois, basta desenformar em um prato, jogar chocolate granulado por cima e deixar na geladeira até a hora de servir. Você pode variar na cobertura usando coco ralado, pedacinhos de chocolate raspado, chantilli, cerejas, ameixas, etc, use a sua criatividade e bom apetite!

LIÇÃO 8: ENTENDENDO A DOUTRINA DA TRINDADE

I. INTRODUÇÃO:

Nas lições anteriores aprendemos sobre muitos dos atributos de Deus. Mas se compreendêssemos somente esses atributos, de modo nenhum compreenderíamos corretamente a Deus, pois não entenderíamos que Deus, no seu próprio ser, sempre existiu como mais de uma pessoa. De fato, Deus existe como três pessoas, porém é um só Deus.

É importante lembrar a doutrina da Trindade em relação com o estudo dos atributos de Deus. Quando concebemos a Deus como ser eterno, onipresente, onipotente e assim por diante, talvez tenhamos a tendência, em relação a esses atributos, de concebê-lo apenas como Deus Pai. Mas o ensinamento bíblico sobre a Trindade nos diz que todos os atributos de Deus valem para as três pessoas, pois cada uma delas é plenamente Deus. Assim, Deus Filho e o Espírito Santo são também eternos, oniscientes, onipresentes, onipotentes, infinitamente sábios, infinitamente santos, infinitamente amorosos, e assim por diante.

A doutrina da Trindade é uma das mais importantes da fé cristã. Estudar os ensinamentos bíblicos sobre a Trindade lança forte luz sobre a questão que está no âmago da nossa busca de Deus: como é Deus em si mesmo? Aqui aprenderemos que Deus, em si mesmo, existe nas pessoas do Pai, do Filho e do Espírito Santo, sendo, porém um só Deus.

II. A REVELAÇÃO PARCIAL NO AT

A palavra Trindade não se encontra na Bíblia, embora a idéia representada pela palavra seja ensinada em muitos trechos. Trindade significa “tri-unidade” ou “três em unidade”. É usada para resumir o ensinamento bíblico de que Deus é três pessoas, porém um só Deus.

Às vezes se pensa que a doutrina da Trindade se encontra somente no NT e não no AT. Se Deus existe eternamente como três pessoas, seria surpreendente não encontrar indicações disso no AT. Embora a doutrina da Trindade não se ache explicitamente no AT, várias passagens dão a entender e até implicam que Deus existe como mais de uma pessoa, por exemplo, em Gn 1.26, Deus disse: “Façamos o homem a nossa imagem conforme a nossa semelhança”; em Gn 3.22: “Eis que o homem se tornou como um de nós, conhecedor do bem e do mal”. A melhor explicação é que já nos primeiros capítulos de Gn temos uma indicação da pluralidade de pessoas no próprio Deus; essas passagens não apresentam quantas pessoas são, e nada temos que se aproxime da completa doutrina da Trindade, mas é uma implicação de que há mais de uma pessoa.

Além disso, em determinadas passagens uma pessoa é chamada de “Deus” ou “Senhor” e distinguida de outra pessoa também chamada de Deus. Em Sl 45. 6-7, o salmista diz: O teu trono, ó Deus, é para todo o sempre; cetro de eqüidade é o cetro do teu reino. Amas a justiça e odeias a iniqüidade; por isso, Deus, o teu Deus, te ungiu com o óleo de alegria, como a nenhum dos teus companheiros”. No NT, o autor de Hebreus cita esta passagem e a aplica a Cristo (Hb 1.8). Do mesmo modo, no Sl 110.1, Davi fala: “Disse o SENHOR ao meu senhor: Assenta-te à minha direita, até que eu ponha os teus inimigos debaixo dos teus pés”. Em Mt 22.41-46, Jesus explica que Davi se refere a duas pessoas distintas como “Senhor”, mas quem é o Senhor de Davi senão o próprio Deus? E quem poderia dizer a Deus: “Assenta-te a minha direita”, exceto alguém que também seja plenamente Deus? Do ponto de vista do NT podemos parafrasear esse versículo da seguinte maneira: “Deus Pai disse a Deus Filho: Assenta-te à minha direita até que eu ponha os teus inimigos debaixo dos teus pés”.

III. PROVAS DO NOVO TESTAMENTO

Quando começa o NT, entramos na história da vinda do Filho de Deus à terra. Era de se esperar que esse grande acontecimento se fizesse acompanhar de ensinamentos mais explícitos sobre a natureza trinitária de Deus, e de fato é isso que encontramos. Devido a escassez de tempo e espaço, abordaremos apenas algumas passagens em que as três pessoas aparecem juntas:

Quando do batismo de Jesus, “eis que se lhe abriram os céus, e viu o Espírito de Deus descendo como pomba, vindo sobre ele. E eis que uma voz dos céus, que dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo” (Mt 3.16-17). Aqui, ao mesmo tempo, temos os três realizando três ações distintas, Deus Filho é batizado; Deus Pai fala de lá do céu; e o Espírito Santo desce, em forma de uma pomba, para pousar sobre Jesus.

Ao final de seu ministério terreno, Jesus diz aos discípulos que eles devem ir e fazer “discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, e do Filho e do Espírito Santo” (Mt 28.19). Os próprios nomes “Pai e Filho”, baseados na família, a mais comum das instituições humanas, indica com muita força a distinção das pessoas da Trindade.

Quando nos damos conta de que os autores do NT geralmente usam o nome “Deus” (gr. Theos) para se referir ao Pai e nome “Senhor” (gr. Kyrios) para se referir ao Filho, fica claro que há outros termos que indicam a tri-unidade de Deus, como é o caso de I Co 12.4-6; II Co 13.13; Ef 4.4-6; I Pe 1.2; Jd 1.21.

IV. QUAIS AS DISTINÇÕES ENTRE O PAI, O FILHO E O ESPÍRITO?

Em certo sentido a doutrina da Trindade é um mistério que jamais seremos capazes de entender plenamente. Todavia, podemos compreender parte de sua verdade resumindo o ensinamento bíblico em três declarações:

1º. Deus é três pessoas; 2º. Cada pessoa é plenamente Deus; 3º. Há um só Deus.

Se dissermos que cada membro da Trindade é plenamente Deus, e que cada pessoa participa plenamente de todos os atributos divinos, será que há, afinal, alguma diferença entre as pessoas da Trindade? Não podemos dizer, por exemplo, que o Pai é mais poderoso ou mais sábio que o Filho, ou que o Pai e o Filho são mais sábios do que o Espírito, ou que o Pai já existia antes do Filho e do Espírito, pois ao dizer qualquer uma dessas coisas seria negar a divindade de algum dos membros da Trindade. Mas, então, qual é a diferença, quais as distinções entre as três pessoas da Trindade?

Quando as Escrituras abordam o modo como Deus se relaciona com o mundo, tanto na criação quanto na redenção, afirmam que as pessoas da Trindade tem funções ou atividades primordiais diferentes. Isso é chamado de “economia da Trindade”, sendo o termo economia usado no sentido “ordenamento de atividades”. A “economia da Trindade” trata das diferentes formas como as três pessoas agem no seu relacionamento com o mundo e umas com as outras.

Percebemos essas diferentes funções na obra da criação. Deus Pai proferiu as palavras criadoras para gerar o universo, mas foi o Filho, a eterna Palavra de Deus, quem executou os decretos da criação. “Todas as coisas foram feitas por intermédio dele, e, sem ele nada do que foi feito se fez” (Jo 1.3). Além disso, “nele foram criadas todas as coisas, nos céus e sobre a terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam soberanias, quer principados, quer potestades. Tudo foi criado por meio dele e para ele” (Cl 1.16). O Espírito Santo também estava ativo, de um modo diferente, pois “pairava” ou “movia-se” por sobre a superfície das águas (Gn 1.2), aparentemente sustentando e manifestando a presença imediata de Deus na sua criação (Sl 33.6), onde o termo traduzido por “sopro” devesse talvez ser vertido como “Espírito”;( Sl 139.7).

Na obra da redenção também há funções distintas. Deus Pai planejou a redenção e enviou seu filho ao mundo (Jo 3.16; Gl 4.4; Ef 1.9-10). O filho obedeceu ao Pai e realizou a redenção para nós (Jo 6.38; Hb 10.5-7). Deus Pai não veio morrer pelos nossos pecados, nem o Espírito Santo de Deus. Isso foi obra específica do filho. Então, tendo Jesus ascendido de volta aos céus, o Espírito Santo foi enviado pelo Pai e pelo filho para realizar em nós a redenção. Jesus fala do “Espírito Santo, a quem o Pai enviará em meu nome” (14.26), mas também diz que ele mesmo enviará o Espírito Santo, pois afirma –“Se, porém, eu for, eu vo-lo enviarei” (Jo16.7)- e fala de um tempo quando virá “o consolador, que eu vos enviarei da parte do Pai, o Espírito da verdade” (Jo15.26). É papel especialmente do Espírito Santo dar-nos regeneração ou nova vida espiritual (Jo 3.5-8), santificar-nos (Rm 8.13) e fortalecer-nos para o serviço (At 1.8; I Co 12.7-11). Em geral, a obra do Espírito Santo é aparentemente levar à cabo a obra planejada por Deus Pai e iniciada por Deus Filho.

Assim podemos dizer que o papel do Pai na criação e na redenção foi planejar, dirigir e enviar o Filho e o Espírito Santo. Isso não é de admirar, pois mostra que o Pai e o Filho se relacionam um com o outro como pai e filho numa família humana: o pai dirige e tem autoridade sobre o filho, e o filho obedece e é submisso à ordem do pai. O Espírito Santo é obediente às ordens tanto do Pai quanto do Filho.

Portanto, embora as pessoas da Trindade sejam iguais em todos os seus atributos, assim mesmo diferem nas suas relações com a criação. O Filho e o Espírito Santo são iguais em divindade a Deus Pai, mas são a ele subordinados em suas funções.

Portanto, as diferentes funções que vemos o Pai, o Filho e o Espírito desempenharem são simplesmente ações exteriores de uma relação eterna entre as três pessoas, relação essa que sempre existiu e existirá por toda a eternidade. Deus sempre existiu como três pessoas distintas: Pai, Filho e Espírito Santo.

Por fim, podemos dizer que não existem diferenças em divindade, atributos ou natureza entre as três pessoas da Trindade, cada um é plenamente Deus e tem todos os atributos de Deus. As únicas distinções estão nas formas como se relacionam uns com os outros e com o restante da criação. Nessas relações eles desempenham papeis apropriados à cada pessoa.

Essa verdade sobre a Trindade já foi resumida na frase: “igualdade ontológica, mas subordinação econômica”, em que a palavra ontológica significa “ser”. Outro modo de explicar de maneira mais simples seria dizer “iguais no ser, essência e natureza, mas subordinados nos seus papeis e funções ”. Mas se não há subordinação econômica, então não existe diferença inerente no modo como as três pessoas se relacionam e consequentemente não temos as três pessoas distintas que existem como Pai, Filho e Espírito. Por exemplo, se o Filho não está eternamente subordinado ao Pai no seu papel, então o Pai não é eternamente Pai nem o Filho eternamente Filho. É por isso que a idéia de igualdade eterna do ser, mas subordinação nos papéis é essencial à doutrina da Trindade desde que foi formulada no Credo de Nicéia, que dizia que o Filho “foi gerado do Pai antes de todas as eras” e que o Espírito Santo “procede do Pai e do Filho”.

sábado, 1 de agosto de 2009

LIÇÃO 7: VIVENDO CHEIO DO ESPÍRITO SANTO

I. INTRODUÇÃO:

Viver cheio do Espírito Santo significa ser alegre, confiante, estar sempre revestido do poder e autoridade de Deus, mesmo diante de dificuldades a pessoa cheia do Espírito consegue crer, ter fé e esperança nas promessas de Deus. Por intermédio dessa virtude muitos cristãos enfrentaram os perigos com destemor. Os que realmente eram cheios do Espírito jamais voltaram atrás, no entanto, aceitaram o martírio, corajosamente, cientes de que eram bem-aventurados. Isso só foi possível, porque experimentaram uma vida repleta do Espírito.

O que é Batismo com o Espírito Santo?

1º. É uma promessa de Deus (Jl 2.28-29)

Deus fez ao homem, aproximadamente 8.000 promessas, sendo o batismo no Espírito Santo é uma delas. No passado, o Espírito Santo manifestava-se de forma específica, de acordo com a necessidade, ele operava nas vidas dos servos de Deus. No entanto, o Senhor prometeu derramar o seu Espírito sobre todos os homens, para que profetizassem e tivessem sonhos. O batismo no Espírito Santo é uma benção atual e está ao alcance de todos os que crêem.

2º. É um revestimento de poder (Mc 16.17-18)

Os discípulos, antes do batismo no Espírito Santo, eram tímidos e medrosos. Inclusive, no dia da prisão de Jesus, todos fugiram, com exceção de Pedro, que acompanhou o Mestre até o local onde foi julgado, entretanto, na casa do sumo sacerdote Caifás, Pedro, aquele que prometeu seguir Cristo até a morte, com medo de morrer, negou-o três vezes.

Porém, no dia de Pentecoste, quando os judeus atraídos pelo barulho das línguas estranhas que os discípulos falavam, declararam que os seguidores de Jesus estavam embriagados, Pedro, revestido do poder de Deus, respondeu com ousadia e autoridade: “Varões judeus e todos os habitantes de Jerusalém, tomai conhecimento disto e atentai nas minhas palavras. Estes homens não estão embriagados, como vindes pensando, sendo esta a terceira hora do dia. Mas o que ocorre é o que foi dito por intermédio do profeta Joel: E acontecerá nos últimos dias, diz o Senhor, que derramarei do meu Espírito sobre toda a carne; vossos filhos e vossas filhas profetizarão, vossos jovens terão visões, e sonharão vossos velhos; até sobre os meus servos e sobre as minhas servas derramarei do meu Espírito naqueles dias, e profetizarão. Mostrarei prodígios em cima no céu e sinais embaixo na terra...” (At 2.14-19). No término de sua mensagem, quase três mil pessoas aceitaram a Jesus como Salvador.

3º. É uma necessidade ( At 19.6)

O apóstolo Paulo, em sua terceira viajem missionária, encontrou, na cidade de Éfeso, alguns discípulos. Ele sempre considerou o batismo no Espírito uma necessidade na vida do cristão. Por isso perguntou àqueles discípulos se já eram batizados no Espírito. Eles responderam: “... nem mesmo ouvimos que existe o Espírito Santo” (At 19.2). Paulo, então, orou, impondo as mãos sobre eles, e Jesus batizou-os no Espírito Santo, e falavam línguas e profetizavam.

Nos dias em que vivemos o batismo no Espírito Santo é uma necessidade real. Muitas dificuldades que enfrentamos na atualidade e as forças do mac que atuam nesse mundo, levam o homem aos vícios das drogas e bebidas, à prostituição, à violência e tantas outras coisas ruins que destroem a humanidade. Entretanto, quando a pessoa é batizada no Espírito Santo encontra forças divinas para ajuda-la a vencer todo e qualquer situação adversa. É o Espírito Santo que faz brotar no crente a fé e esperança, que o leva a buscar a Deus através de um relacionamento diário de oração e leitura bíblica, quem o faz adorar e louvar a Deus, é o Espírito quem enche o crente de alegria e força para superar e vencer qualquer desafio.

O Crente Recebe o Espírito Santo:

1. No momento de conversão (At 19.2) - No momento em que você aceita a Jesus como seu Salvador, você recebe o Espírito Santo. Foi ele quem, na hora de sua conversão, atuou em seu ser, para que você se decidisse por Cristo. Ele te convenceu que você era pecador e necessitava do arrependimento para alcançar o perdão de Deus. No instante em que você levantou as mãos como sinal de que aceitação, você experimentou uma sensação diferente de tudo o que já tinha vivido, é neste momento que a Terceira Pessoa da Trindade passa a habitar a vida do crente, que se torna templo do Deus Altíssimo (I Co 6.19).

2. Como promessa e garantia da salvação (I Co 1.22) - Dentre as muitas funções do Espírito Santo e de tudo que a Bíblia diz a respeito de sua Pessoa, destaca-se o fato de ser ele, o Espírito, o penhor, ou seja, a garantia da nossa futura herança em Cristo: “em quem também vós, depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação, tendo nele também crido, fostes selados com o Santo Espírito da promessa; o qual é o penhor da nossa herança, até ao resgate da sua propriedade, em louvor da sua glória” ( Ef 1.13-114). Sendo assim, é o Espírito Santo que, mediante a Palavra de Deus e por meio da graça, nos capacita a atingir a glória eterna de Deus. Este selo é o penhor do futuro que nos aguarda.

Como Receber o Batismo com o Espírito

No dia de Pentecoste, os discípulos estavam reunidos, num período de oração quando, de repente, “todos ficaram cheios do Espírito” (At 2.4). Com base nesse relato podemos destacar alguns pontos:

1. À luz da Palavra de Deus, o batismo com o Espírito Santo é para pessoas de qualquer nação ou “toda carne” (At 8.17); para aquele que já tem o Espírito, ou seja, já é salvo, os discípulos, ao serem batizados no dia de Pentecostes já tinham seus nomes escritos no Livro da Vida (Lc 10.20).

2. É preciso crer com convicção na promessa divina do batismo, é somente pela fé em Cristo que recebemos o batismo (Gl 3.14), não é por mérito ou esforço próprios e sim uma dádiva de Deus para seus filhos.

3. Entretanto é preciso buscar o batismo com paciência, perseverança e em oração, isso inclui adoração, louvor e uma vida dedicada ao Senhor em obediência e submissão (At 5.32).

4. Perseverando em unidade fraternal, os discípulos “estavam todos reunidos no mesmo lugar”; estavam orando e buscando a Deus juntos, isso indica unidade, comunhão (At 2.1).

Os Resultados do Batismo com o Espírito Santo

Quando recebemos o batismo com o Espírito Santo somos revestidos do poder de Deus, isso tem duas implicações: primeira, aquele que recebe o batismo com o Espírito Santo passa a produzir o fruto do Espírito (falaremos mais detalhadamente sobre isso a seguir), isso produz um maior dinamismo espiritual, mais disposição e maior coragem na vida cristã para testemunhar de Cristo e proclamar o evangelho; para efetuar o trabalho do Senhor. Compare, neste sentido, os discípulos de Jesus, antes e depois do dia de Pentecoste, antes do batismo, medrosos, depois, intrépidos, dispostos a morrer por amor ao evangelho de Cristo, como de fato, muito foram martirizados, como por exemplo, Estevão (At 7.55-8.1). Produz também maior desejo para orar e interceder (At 2.42; 3.1; 4.24-31; 6.4; 10.9; Rm 8.26). Há uma maior preocupação da pessoa em agradar e glorificar a Deus através de sua vida, isso é demonstrado principalmente pela mudança em seus atos e atitudes (Jo 16.13-14). A pessoa passa a ter uma maior consciência de sua situação como filho de Deus (Rm 8.16-17). O batismo é também um meio para a outorga por Deus dos dons espirituais - falaremos mais sobre isso adiante.

Concepções Errôneas

Muitos crentes não têm recebido o batismo com o Espírito Santo por não entenderem claramente a doutrina do batismo com e no Espírito Santo. Algumas pessoas pensam que o batismo é o mesmo que salvação, mas o batismo (com o Espírito ou no Espírito) não é a salvação. A salvação é uma milagrosa transformação que se efetua na alma e na vida da pessoa que, pela fé, recebe a Jesus Cristo como seu suficiente Salvador.

Já outras pessoas pensam que o batismo com o Espírito é o mesmo que a santificação. Entretanto a santificação é um processo no qual o Espírito atua, porém se trata mais de um posicionamento do salvo em obedecer e seguir a Cristo, dedicando a Ele todo o seu viver. A principal diferença é que no batismo no Espírito, este vem e passa a habitar sua vida, morar dentro de você e o batismo com o Espírito é um revestimento de poder para o ingresso do crente numa vida de adoração mais profunda e intensa, geralmente há a evidencia inicial do don de línguas, sobre o qual falaremos mais adiante. Para ficar mais claros lembre-se da seguinte analogia: imagine uma garrafa cheia de água (representando o batismo no Espírito) esta garrafa pode ou não estar dentro de um balde d’água (representando o batismo com o Espírito). Como exemplo, temos o fato de os discípulos de Jesus que foram batizados com o Espírito Santo no dia de Pentecostes, como já dissemos, já eram salvos, já haviam recebido o batismo no Espírito, no entanto, no dia de Pentecostes, receberam o batismo com o Espírito, receberam o poder de Deus e isso fez toda a diferença na vida deles.

II. O FRUTO DO ESPÍRITO SANTO

“Ora, as obras da carne são conhecidas e são: prostituição, impureza, lascívia, idolatria, feitiçarias, inimizades, porfias, ciúmes, iras, discórdias, dissensões, facções, invejas, bebedices, glutonarias e coisas semelhantes a estas, a respeito das quais eu vos declaro, como já, outrora, vos preveni, que não herdarão o reino de Deus os que tais coisas praticam. Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio. Contra estas coisas não há lei. E os que são de Cristo Jesus crucificaram a carne, com as suas paixões e concupiscências. Se vivemos no Espírito, andemos também no Espírito.” (Gl 5.19-25)

Em contraste com as obras da carne, o “fruto do Espírito” possibilita ao cristão viver de modo integro diante de Deus e dos homens. Naturalmente o homem não consegue obter esta condição por esforço próprio. É necessário, portanto, submeter-se integralmente ao Espírito de Deus. O “fruto” de Gálatas 5.22, conceituado como “expressões do caráter cristão”, está no singular provavelmente por tratar-se de uma única e notável virtude implantada pelo Espírito Santo no homem. É através do fruto do Espírito que o cristão participa da natureza divina.

O fruto do Espírito consiste nas nove virtudes ou qualidades da personalidade de Deus implantada pelo Espírito no interior do crente com a finalidade de conduzi-lo à maturidade, à perfeição, ou seja, à imagem de Cristo. O fruto tem sua manifestação na vida do salvo de dentro para fora, ou seja, começa no interior da pessoa a aos poucos vai se exteriorizando. O fruto do Espírito é uma evidência de que a pessoa recebeu o batismo no Espírito Santo. Em suma, o fruto do Espírito representa os atributos de Deus, os traços de seu caráter. Que são transmitidos ao homem pelo Espírito.

O caráter cristão expressa-se plenamente através do amor. Do amor surgem todos os demais atributos de Deus que são desenvolvidos no crente pelo Espírito, é por isso que o amor aparece encabeçando a lista das virtudes cristãs geradas pelo Espírito, por ser a fonte originária de todas as demais virtudes.

O Espírito Santo produz o fruto do caráter cristão em nossas vidas à medida que cooperarmos com ele. Os dons espirituais, como as línguas, a profecia e o conhecimento são maravilhosos e úteis, mas sua presença em nossas vidas nem sempre é uma indicação de nossa maturidade cristã. A medida de nossa maturidade em Deus, depende do quanto permitimos que o Espírito produza em nós os traços da personalidade de Jesus.

Virtudes ou qualidade do Espírito Santo

1. Qualidades universais – são virtudes direcionadas ao nosso relacionamento com Deus:

  • Amor. A palavra “caridade” ou “amor” neste trecho das Escrituras é a tradução da palavra grega ágape. Este é “o amor que flui diretamente de Deus e está derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado” (Rm 5.5). É um amor de tamanha profundidade que levou Deus a dar seu único Filho como sacrifício pelos nossos pecados (Jo 3.16). Este é o amor de Jesus por nós (I Jo 3.16). É muito fácil amar as pessoas que nos amam, seus entes queridos, amigos, etc. Mas, é somente pelo Espírito Santo que você se torna capaz de amar seus inimigos, aqueles que te ofenderam ou maltrataram, é somente através do Espírito de Deus que você é capaz de desejar o bem e perdoar, de coração, à quem só te fez mal. Foi exatamente isso que Jesus fez por nós, Ele nos amou quando nós o repudiamos (Rm 5.8) e se entregou ao sofrimento voluntariamente para que pudéssemos ter um lugar junto ao Pai (Jo 14.20-21) e é exatamente isso que Ele espera que você faça.
  • Gozo ou alegria. Trata-se daquela qualidade de vida que é graciosa e bondosa, caracterizada pela boa vontade, generosa nas dádivas aos outros, resultante de um senso de bem-estar, sobretudo de bem-estar espiritual, devido uma correta relação com Deus. Apesar das dificuldades de qualquer natureza, pela atuação do Espírito Santo, o crente pode e deve estar cheio de goza em sua alma, assim como Paulo e Silas, que embora presos injustamente, ao invés de reclamar, oravam a cantavam louvores a Deus (At 16.25).
  • Paz. Trata-se de uma qualidade espiritual produzida pela reconciliação, pelo perdão dos pecados e pela conversão da alma transformada segundo a vontade de Deus (Rm 5.1-5). A queda do homem no pecado destruiu o relacionamento de amizade, confiança e paz que existia entre o homem e seu Criador, e também maculou o relacionamento entre os homens, e também consigo próprio, pois o homem perdeu a paz com a própria consciência. Foi por meio da morte e ressurreição de Cristo que Deus estabeleceu a paz (Cl 1.20). Apesar de viver em um mundo cercado de pecado e violência o crente pode ter tranqüilidade e confiança, pois essa virtude lhe é concedida pelo Espírito de Deus.

2. Qualidades sociais – estão ligadas ao relacionamento entre os irmãos:

  • Longanimidade. É uma qualidade atribuída a Deus, isso quer dizer que Ele tem tolerado pacientemente todas as iniqüidades do homem. Não se deixando levar pela ira e furor, manifesta seu amor, bondade e misericórdia, não lançando mão de sua justa indignação. De nós, crentes, é esperado que nossas relações com outros homens se caracterizem pela longanimidade do mesmo modo que Deus tem agido conosco (Cl 1.10-11; 3.12). Pense um pouco, se Deus não fosse misericordioso e não agisse com longanimidade, onde você estaria?
  • Benignidade. No original grego significa “bondade” ou “honestidade”. O crente que possui esta virtude é afável e gentil para com seu semelhante não se mostrando arrogante, ignorante, inflexível ou amargo. Deus é a fonte dessa virtude e Cristo, nosso melhor exemplo. Jesus foi uma pessoa imensamente gentil, conforme vemos na Palavra. Essa virtude torna o crente um ser bondoso e agradável.
  • Bondade. Representa a generosidade que flui de um relacionamento saudável com Deus. Se antes de se converter você praticava o mal, agora passa a ser bem para todos, sem acepção de pessoas.
  • Fé ou fidelidade. No original grego significa tanto “confiança” quanto “fidelidade”. A fé aqui indica a confiança em Jesus Cristo (Ef 2.8-9). Mediante essa qualidade do fruto, podemos alcançar a plenitude de Cristo (Ef 4.13). A medida que o fruto do Espírito amadurece em nós, nossa confiança em Deus é fortalecida. A fé não é produto humano, ela ocorre através da operação divina e consiste na “certeza das coisas que se esperam, a convicção de fatos que se não vêem” (Hb 11.1).
  • Mansidão. Trata-se de uma submissão do homem para com Deus, e em seguida, para com o próprio homem. A mansidão é o resultado da verdadeira humildade, que nos leva ao reconhecimento do valor alheio e recusa do nos considerarmos superiores. Jesus disse: “Bem aventurado os mansos, porque eles herdarão a terra” (Mt 5.5). Essa virtude o torna manso, calmo, quanto anteriormente era nervoso, agressivo, se irava por qualquer coisa que o contrariava.
  • Temperança. Essa virtude parece ser o somatório de todas as outras, quem a possui é sóbrio, moderado, prudente, ou seja, tem domínio próprio. Na Bíblia podemos encontrar inúmeros exemplos que pessoas que agiram sem pensar e por isso sofreram conseqüências desastrosas, em contrapartida, há aqueles que agiram com temperança e foram muito bem sucedidos. Você conseguiria lembrar de alguém nessa situação?

CONCLUSÃO:

Muitos cristãos pensam ser possível cultivar somente algumas das manifestações do fruto do Espírito, negligenciando, assim as outras. Não é possível ser cristão completo quando em nossas vidas faltam vários elementos que formam o fruto do Espírito. Se eu tiver amor e não tiver fé, não sou completo, se tiver todas as outras características e agir sem pensar, não estou agindo da forma como o Senhor espera, ou seja, não estou agindo segundo a vontade de Deus.

O fruto do Espírito forma em suas manifestações um conjunto harmônico. Imaginemos uma grande orquestra, com inúmeros músicos, cada qual com seu instrumento, seja ele de cordas ou de sopro. No dia da grande apresentação, se um instrumento estiver danificado ou desafinado toda a orquestra será lesada, todo o grupo sofrerá, pois a harmonia não soará como deve e assim o espetáculo será prejudicado.

Da mesma forma, tomando como base o exemplo que Jesus no dá em Jo 15, temos uma árvore saudável, vistosa e frutífera, os galhos enxertados nessa árvore jamais poderão produzir algo que não seja de sua natureza, por exemplo, uma videira jamais produzirá goiabas, tampouco, uma árvore doente terá frutos saudáveis. Considerando que a árvore em que fomos enxertados é Cristo, não basta apenas, darmos frutos, esses frutos precisam ser de uma qualidade superior, de forma a honrar a árvore.

Assim, o fruto do Espírito não é produzido na vida de alguém que vive de qualquer maneira. O cristão precisa dedicar-se à oração, ao estudo sistemático da Palavra de Deus e enfrentar problemas e dificuldades para que possa crescer espiritualmente e chegar à maturidade.

Ao analisarmos, uma a uma, as virtudes do fruto do Espírito, chegamos a conclusão de que para alcança-lo há um preço a ser pago, entretanto, a alegria de conquista-lo e mantê-lo é imensurável e certamente gerará grandes recompensas.