segunda-feira, 20 de julho de 2009

LIÇÃO 5: CONHECENDO JESUS

I. INTRODUÇÃO:

Ele era conhecido em sua época como Jesus de Nazaré. Trabalhou como carpinteiro a maior parte de sua vida adulta. Entretanto, Ele foi tão extraordinário pela forma como viveu e pela influência que exerceu sobre a humanidade que a palavra extraordinário não consegue caracterizá-lo.

Ninguém mais — nem reis, ditadores, cientistas, educadores ou líderes militares — deu uma contribuição maior que a de Jesus à história do mundo. Pelo menos doze bilhões de pessoas passaram por este planeta, mas até hoje, dois mil anos depois de sua morte, ninguém chegou sequer perto de ocupar a posição singular que Ele ocupa na história.

Jesus Cristo é a figura central da história do mundo, seu nascimento dividiu a história em antes de depois d’Ele. Não existe cristianismo sem Cristo; o cristianismo não é uma religião, e sim, um modo de vida cuja proposta básica é “Cristo em vós, esperança da glória” (Cl 1.27). A maior diferença na vida de um cristão de verdade é que para ele Jesus é uma realidade, é uma maneira de viver.

Não existe comparação entre Jesus e os fundadores de outras religiões, porque todos eles morreram propondo ao homem um caminho para encontrarem a verdade ou para se tornarem divindades, mas só Jesus é o caminho, a verdade e a vida (Jo 14.6).

Podemos resumir da seguinte maneira o ensino bíblico sobre Jesus Cristo: Ele foi plenamente Deus e plenamente homem em uma só pessoa e assim o será para sempre.

II. A HUMANIDADE DE CRISTO:

Quando falamos da humanidade de Cristo, é necessário começar do início, do seu nascimento. As Escrituras afirmam claramente que Jesus foi concebido no ventre de sua mãe, Maria, por obra miraculosa do Espírito Santo, sem um pai humano: “Ora, o nascimento de Jesus Cristo foi assim: estando Maria, sua mãe, desposada com José, sem que tivessem antes coabitado, achou-se grávida pelo Espírito Santo. Mas José, seu esposo, sendo justo e não a querendo infamar, resolveu deixá-la secretamente. Enquanto ponderava nestas coisas, eis que lhe apareceu, em sonho, um anjo do Senhor, dizendo: José, filho de Davi, não temas receber Maria, tua mulher, porque o que nela foi gerado é do Espírito Santo. Ela dará à luz um filho e lhe porás o nome de Jesus, porque ele salvará o seu povo dos pecados deles. Ora, tudo isto aconteceu para que se cumprisse o que fora dito pelo Senhor por intermédio do profeta: Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho, e ele será chamado pelo nome de Emanuel (que quer dizer: Deus conosco). Despertado José do sono, fez como lhe ordenara o anjo do Senhor e recebeu sua mulher. Contudo, não a conheceu, enquanto ela não deu à luz um filho, a quem pôs o nome de Jesus” (Mt 1. 18-25). O mesmo é afirmado no evangelho de Lucas, onde lemos sobre a aparição do anjo Gabriel a Maria (Lc 1.26-38). O nascimento virginal de Jesus possibilitou a união da plena divindade e da plena humanidade em uma só pessoa. Esse foi o meio empregado por Deus para enviar seu Filho ao mundo como homem.

Como estudamos anteriormente, o ser humano herdou de Adão o pecado. Mas o fato de Jesus não ter tido um pai biológico significa que a linha de descendência de Adão é parcialmente interrompida, sendo assim, Jesus não herdou a natureza pecaminosa, esse foi o modo de Deus para fazer com que Jesus fosse completamente humano e, no entanto, não adquirisse o pecado herdado de Adão.

A completa ausência de pecado na vida de Jesus é ainda mais notável pelas tentações que enfrentou, não só no deserto, mas durante toda a vida. O autor de Hebreus afirma que “ele foi tentado em todas as coisas, à nossa semelhança, mas sem pecado” (Hb 4.15). O fato de ter enfrentado tentações significa que Jesus possuía natureza genuinamente humana que podia ser tentada, pois a Bíblia nos ensina claramente que “Deus não pode ser tentado” (Tg1.13), portanto, foi a parte humana de Jesus que foi tentada.

O fato de que Jesus possuía um corpo exatamente como o nosso é visto em muitas passagens da Bíblia (Lc 2.7; 2.40, 2.52). Jesus ficava cansado como nós (Jo 4.6), tinha sede (Jo 19.28), fome (Mt 4.2); quando Jesus estava caminhando para a crucificação, os soldados forçaram Simão Cireneu a carregar a cruz (Lc 23.26) porque Jesus estava tão fraco depois dos açoites que não tinha forças suficiente para carregá-la sozinho.

Jesus ressuscitou em um corpo físico, ainda que aperfeiçoado e não sujeito à fraqueza, enfermidades ou morte. Ele demonstrou várias vezes aos discípulos que possui, de fato, um corpo real (Lc 24.39; 24.42; Jo 20.17, 21.9, 13). Nesse mesmo corpo humano (ressurreto, perfeito, glorificado) Jesus ascendeu ao céu (Jo 16.28, Lc 24.50-51; At 1.9). A maneira pela qual Jesus ascendeu ao céu foi planejada por Deus para demonstrar a continuidade de sua existência.

Quando examinamos o NT, vemos vários motivos pelos quais Jesus tinha que ser plenamente humano para ser o Messias e obter a nossa salvação, falaremos brevemente sobre alguns deles:

a. Para possibilitar uma obediência representativa – Jesus era nosso representante e obedeceu em nosso lugar naquilo que Adão falhou (Rm 5.12-21);

b. Para ser um sacrifício substitutivo – Se Jesus não tivesse sido homem, não poderia ter morrido em nosso lugar e pago e penalidade que nos cabia (Hb 2.16-17);

c. Para ser o único mediador entre Deus e os homens – Nós estávamos alienados, separados de Deus por causa do pecado, necessitávamos de alguém que se colocasse entre Deus e nós e nos levasse de volta a Ele. Precisávamos de um mediador que pudesse nos representar diante de Deus e que pudesse representar Deus para nós (I Tm 2.5);

d. Para se compadecer como sumo sacerdote – Se Jesus não tivesse existido na condição de homem, não seria capaz de conhecer por experiência própria o que sofremos em nossas tentações e lutas, mas porque Ele viveu como homem, é capaz de se compadecer de nós em nossas lutas, dificuldades e limitações (Hb 2.18; 4.15-16).

III. A DIVINDADE DE CRISTO:

Para completar o ensino bíblico acerca de Jesus, é necessário entendermos que além de ser plenamente humano Ele também era plenamente divino. Embora a palavra não ocorra de maneira explícita na Bíblia, a igreja tem empregado o termo encarnação para referir-se ao fato de que Jesus era Deus em um corpo humano. A encarnação foi o ato pelo qual Deus Filho assumiu a natureza humana: “porquanto, nele, habita, corporalmente, toda a plenitude da Divindade” (Cl 2.9). É a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação; pois, nele, foram criadas todas as coisas, nos céus e sobre a terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam soberanias, quer principados, quer potestades. Tudo foi criado por meio dele e para ele. Ele é antes de todas as coisas. Nele, tudo subsiste. Ele é a cabeça do corpo, da igreja. Ele é o princípio, o primogênito de entre os mortos, para em todas as coisas ter a primazia, porque aprouve a Deus que, nele, residisse toda a plenitude” (Cl 1.15-19).

O Senhor Jesus não veio ao mundo por acaso. Houve um planejamento da parte de Deus. Do ventre materno à sua ascensão, alguns de seus passos, palavras e atos foram preditos com antecedência de séculos, assim, o plano de Deus na formação das Escrituras e na redenção do homem não poderia estar completo sem a presença de seu Filho. Sabemos que o NT não existiria se Jesus não tivesse vindo; ele é formado por sua vida, suas palavras e obras, tanto as que foram realizadas durante sua vida terrena, como as realizadas pelos apóstolos e discípulos sob a autoridade de seu nome (At 3.16). Dessa forma, os dois testamentos se completam em Cristo.

As principais profecias acerca de Cristo que tiveram seu cumprimento nos tempos do NT são:

· Filiação divina (Sl 2,7; At 13.33; Hb 1.5).

· Concepção no ventre de uma virgem (Is 7.14; Mt 1.22-23).

· Nascimento natural (Gn 3.15; Gl 4.4).

· Descendência de Abraão (Gn 22.18; Mt 1.1).

· Procedência da tribo de Judá (Gn 49.10; Hb 7.14).

· Descendência de Davi (II Sm 7.12; Mt 1.1).

· Nascimento em Belém (Mq 5.2; Mt 2.4-6)

· Nome Emanuel (Is 7.14; Mt 1.13).

· Fuga sucedida pela morte de inocentes (Jr 31.15; Mt 2.17-18).

· O precursor (Is 40.3; Mt 3.3).

· Ensino por meio de parábolas (Sl 78.2; Mt 13.35).

· Entrada triunfal em Jerusalém (Zc 9.9; Mt 21.4-5).

· Sacrifício expiatório (Is 53.4; Mt 8.17).

· Vendido por 30 moedas (Zc 11.12-13; Mt 26.15).

· Pés e mãos traspassados (Sl 22.16; Jo 19.37).

· Lado perfurado (Zc 12.10; Jo 19. 34, 36-37).

· Ressurreição (Jó 19.25, Is 55.3; Lc 24.46).

· Recebido no céu pelo Pai (Sl 24.7; At 1.11).

Cristo é uma das pessoas da Trindade - assunto esse que abordaremos nas próximas lições - sendo igual a Deus em seus atributos, pôde administrar sem nenhum empecilho as naturezas divinas e humanas ao mesmo tempo. As expressões ditas por Ele que mostram certas limitações estão ligadas à sua humanidade. Mas, quando preciso, Ele fez valer os seus atributos divinos, como a onipotência (Jo 1.1-3) e onisciência (Jo 1.43-50). Além destes existem outros atributos em Cristo:

· Unicidade (Jo 3.16; At 4.12);

· Verdade (Jo 14.6);

· Infinidade (Mq 5.2; Hb 1.12);

· Imensidade (At 10. 36);

· Eternidade (Is 9.6);

· Inteligência (Lc 2.47);

· Sabedoria (Mt 23.34; Lc 11.49);

· Amor (Ef 3.19);

· Justiça (Jr 23.6);

· Santidade (Lc 1.35);

· Mansidão (Mt 11.29);

· Humildade (Mt 11.29);

· Obediência (Fp 2.8);

IV. CONCLUSÃO:

Para concluir, fazemos nossas as palavras do apóstolo Paulo: “Ele nos libertou do império das trevas e nos transportou para o reino do Filho do seu amor, no qual temos a redenção, a remissão dos pecados. Este é a imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação; pois, nele, foram criadas todas as coisas, nos céus e sobre a terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam soberanias, quer principados, quer potestades. Tudo foi criado por meio dele e para ele. Ele é antes de todas as coisas. Nele, tudo subsiste. Ele é a cabeça do corpo, da igreja. Ele é o princípio, o primogênito de entre os mortos, para em todas as coisas ter a primazia, porque aprouve a Deus que, nele, residisse toda a plenitude e que, havendo feito a paz pelo sangue da sua cruz, por meio dele, reconciliasse consigo mesmo todas as coisas, quer sobre a terra, quer nos céus. E a vós outros também que, outrora, éreis estranhos e inimigos no entendimento pelas vossas obras malignas, agora, porém, vos reconciliou no corpo da sua carne, mediante a sua morte, para apresentar-vos perante ele santos, inculpáveis e irrepreensíveis, se é que permaneceis na fé, alicerçados e firmes, não vos deixando afastar da esperança do evangelho que ouvistes ...” (Cl 1.14-23).

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