sábado, 23 de janeiro de 2010

LIÇÃO 12: VENCENDO A TENTAÇÃO

I. INTRODUÇÃO:

Por intermédio da tentação, o pecado entrou no mundo. Ela não procede de Deus, mas é permitida por Ele, até o ponto que você pode suportar, para provar o seu grau de obediência a sua Palavra. Veja o que nos diz Tiago 1.12: “Bem-aventurado o varão que sofre a tentação; porque, quando for provado, receberá a coroa da vida, a qual o Senhor tem prometido aos que o amam”.

Deus continuamente testa as pessoas quanto ao caráter, fé, obediência, amor, honestidade e lealdade. Palavras como “provações”, “tentações”, “refinar” e “testar” ocorrem mais de duzentas vezes na Bíblia. Deus provou Abraão ao pedir-lhe que oferecesse seu filho Isaque. Deus provou Jacó, quando ele teve de trabalhar outros tantos anos para obter Raquel como esposa. Adão e Eva foram reprovados no teste do jardim do Éden, e Davi o foi em testes dados por Deus em diversas ocasiões. Mas a Bíblia também nos dá muitos exemplos de pessoas que passaram em grandes testes, tais como José, Rute, Ester e Daniel.

Os testes, as provações e tentações tanto desenvolvem quanto manifestam o caráter de alguém, e toda a vida é um teste. Você está sempre sendo testado. Deus constantemente observa sua reação às pessoas, problemas, sucesso, conflitos, enfermidades, decepções e até mesmo em relação ao clima! Ele até observa a mais simples ação, como quando você abre uma porta para alguém, pega o lixo que foi largado no chão ou quando é educado com um balconista ou uma garçonete. Não conhecemos todos os testes que Deus vai aplicar, mas podemos prever alguns deles, baseados na Bíblia. Você será testado por grandes mudanças, promessas retardadas, problemas impossíveis, orações não respondidas, críticas imerecidas e até mesmo tragédias sem sentido. Com o tempo e experiência, percebemos que Deus testa nossa fé por meio de problemas, esperança, pelo modo como lidamos com nossas posses e nossos amores, por meio das pessoas, etc. Um teste muito importante é verificar qual a sua atitude quando você não consegue sentir a presença de Deus em sua vida. Às vezes Deus se retira intencionalmente, e não sentimos mais sua proximidade. Um rei chamado Ezequias experimentou esse teste. A Bíblia diz: “... Deus o deixou, para prová-lo e para saber tudo o que havia em seu coração” (II Cr 32.31). Ezequias desfrutava da companhia íntima de Deus, mas em um momento crucial de sua vida Deus deixou-o só para testar o seu caráter, revelar uma fraqueza e prepará-lo para uma responsabilidade maior.

II. TENTAÇÃO:

Mas, afinal de contas, o que é tentação? São pensamentos que invadem a mente humana e tentam seduzi-la para a prática do mal, que contraria a vontade de Deus. É, portanto, de procedência maligna, entretanto, não se constitui pecado se não for consumada. Às vezes, as tentações surgem como algo vantajoso, tal qual uma oportunidade que não pode ser esperdiçada nesse momento você deve examiná-la e constatar que se ceder àquela vontade, você será prejudicado de alguma forma. Por isso Jesus recomendou: “Vigiai e orai, para que não entreis em tentação...” (Mt 26.42).

O próprio Filho de Deus foi o mais tentado de todos os homens, entretanto, venceu todas elas, porque sempre viveu em jejum e oração. Após ser batizado nas águas, Jesus foi conduzido ao deserto para um período de preparação antes de iniciar seu ministério. Depois de 40 dias sem alimento, o diabo apareceu e lhe propôs que transformasse algumas pedras em pães, Jesus respondeu: “Está escrito: Não só de pão viverá o homem, mas de toda palavra que procede da boca de Deus” (Mt 4.4). Por mais duas vezes o inimigo empenhou-se para que Cristo cedesse às tentações propostas, mas não conseguiu. Da mesma forma, se nos mantivermos vigilantes e em oração estaremos preparados para vencer todas as investidas do nosso inimigo.

III. OS AGENTES DA TENTAÇÃO

Agentes da tentação são os meios pelos quais o cristão é seduzido, levado a pecar contra Deus. Eles atuam como uma força ativa, que tenta lhe afastar de Deus pela prática do pecado. Por seu intermédio, os crentes aprendem a ser pacientes, caso não permitam que estes poderes o dominem. Mas, Jesus nos garante a vitória porque Ele sempre foi vencedor, e nos afirmou: “Tende bom ânimo, eu venci o mundo” (Jo 16.33). Assim, os principais agentes da tentação são:

1º. O diabo“... Assim diz o SENHOR Deus: Tu és o sinete da perfeição, cheio de sabedoria e formosura. Estavas no Éden, jardim de Deus; de todas as pedras preciosas te cobrias: o sárdio, o topázio, o diamante, o berilo, o ônix, o jaspe, a safira, o carbúnculo e a esmeralda; de ouro se te fizeram os engastes e os ornamentos; no dia em que foste criado, foram eles preparados. Tu eras querubim da guarda ungido, e te estabeleci; permanecias no monte santo de Deus, no brilho das pedras andavas. Perfeito eras nos teus caminhos, desde o dia em que foste criado até que se achou iniqüidade em ti. Na multiplicação do teu comércio, se encheu o teu interior de violência, e pecaste; pelo que te lançarei, profanado, fora do monte de Deus e te farei perecer, ó querubim da guarda, em meio ao brilho das pedras. Elevou-se o teu coração por causa da tua formosura, corrompeste a tua sabedoria por causa do teu resplendor; lancei-te por terra, diante dos reis te pus, para que te contemplem. Pela multidão das tuas iniqüidades, pela injustiça do teu comércio, profanaste os teus santuários; eu, pois, fiz sair do meio de ti um fogo, que te consumiu, e te reduzi a cinzas sobre a terra, aos olhos de todos os que te contemplam. Todos os que te conhecem entre os povos estão espantados de ti; vens a ser objeto de espanto e jamais subsistirás” (Ez 28.12-19).

Lúcifer era o ser celestial de maior projeção entre os anjos criados por Deus. Desejoso de se tornar igual ao seu Criador, formou um bem equipado exército angelical e marchou contra o Todo-Poderoso. Derrotado, foi destituído de sua beleza e, de anjo de luz (significado de seu nome) transformou-se em príncipe das trevas, e foi expulso da presença de seu Criador. Indignado, declarou-se o maior inimigo de Deus e passou a ser chamado de Satanás, que significa “adversário”.

Consumido pela inveja, o diabo arquitetou um plano para derrubar o homem, um ser criado à imagem e semelhança de Deus. Para tanto usou um dos animais que habitavam o Jardim do Éden, a serpente, e através da tentação, conduziu Adão e Eva ao pecado e, consequentemente, à condenação eterna.

O diabo atua sorrateiramente, de maneira que nem percebemos ser ele o mentor de muitas tentações com as quais nos deparamos, no entanto, a vitória sobre o pecado já nos foi garantida na Cruz: “Sede sóbrios e vigilantes. O diabo, vosso adversário, anda em derredor, como leão que ruge procurando alguém para devorar; resisti-lhe firmes na fé ... Ora, o Deus de toda a graça, que em Cristo vos chamou à sua eterna glória, depois de terdes sofrido por um pouco, ele mesmo vos há de aperfeiçoar, firmar, fortificar e fundamentar (I Pe 5.8 e 10)

2º O mundo – O apóstolo João escreveu o seguinte: “Sabemos que somos de Deus e que o mundo inteiro jaz no Maligno” (I Jo 5.19). Isso significa que o diabo ao ser expulso do Céu, estabeleceu-se aqui e comanda as ações dos demônios entre os homens. Então, a fertilidade da mente humana, irrigada pela maldade satânica, tem criado o que chamamos de mundanismo, os quais conduzem a humanidade à perdição.

Com a queda do homem, através da tentação, sua natureza ficou sujeita ao pecado, por isso o ser humano não é capaz de, sozinho, vencer as tentações que o atacam, à semelhança de um vírus, um parasita, que se prolifera rapidamente quando encontra o hospedeiro ideal. A tendência para o pecado está impregnada em nossa natureza. Apenas, mediante o sepultamento do velho homem, ou seja, o novo nascimento é que conseguimos vencer essa natureza decaída. Assim, as forças do pecado que nos prendiam não tem mais domínio sobre nós pois Jesus comprou nossa liberdade com seu próprio sangue.

3º A carne – A sensualidade manifesta-se através da carne. Ela declara guerra ao espírito que deseja agradar a Deus, e quase sempre vence. Só conseguimos vence-la através da mortificação exercitada através do jejum, oração e vigilância. Se a carne não estiver subjugada, ou seja, submissa ao espírito, por meio do jejum e oração, o crente jamais vencerá as tentações, pois ela, a carne, atua como o veículo que leva o crente à prática do pecado. Segundo Gálatas 5:19-21 as obras da carne são: “ ...prostituição, impureza, lascívia, idolatria, feitiçarias, inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas, dissensões, heresias, invejas, homicídios, bebedices, glutonarias e coisas semelhantes a estas, acerca das quais vos declaro, como já antes vos disse, que os que cometem tais coisas não herdarão o Reino de Deus”.

IV. COMO VENCEMOS AS TENTAÇÕES?

1º Resistindo. Sabemos que o diabo é o mentor da primeira tentação, ocasião em que os nossos primeiros pais acreditaram nas palavras da serpente e foram separados de Deus. Hoje, contamos com a ajuda o Espírito Santo, que nos reveste de poder e autoridade para resistirmos às astutas ciladas do inimigo. Tiago 4.7 e 8 diz: “Sujeitai-vos, portanto, a Deus; mas resisti ao diabo, e ele fugirá de vós. Chegai-vos a Deus, e ele se chegará a vós outros...” Somente estando sujeito à vontade de Deus é que conseguimos vencer o inimigo. Esta vitória é alcançada por meio da oração, leitura da Palavra, e estreita comunhão com Deus.

2º Fugindo. Há um ditado popular que diz: “Mente vazia oficina do diabo”. E isso, sem dúvida, é verdade, tanto o é que o apóstolo Paulo em sua carta aos filipenses diz: “Quanto ao mais, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se alguma virtude, e se há algum louvor, nisso pensai” (Fp 4.8). Por isso estejamos sempre ocupados na realização de alguma coisa boa para que o diabo não se aproveite da situação e nos induza à tentação. Não é covardia nos mantermos longe da tentação, pelo contrário, a Bíblia nos ensina que devemos nos manter afastados das tentações (Ef 4.27) para não corrermos o risco de cair.

3º Reavaliando-se. A cada dia que se passa devemos fazer um introspecção para constatarmos qual o grau do nosso crescimento. Se algo nos impede de sermos mais santos hoje do que fomos ontem, é o momento propício de mudarmos de atitude, a fim de que a nossa santificação seja uma constante até o fim de nossa caminhada aqui. A Bíblia nos recomenda em Apocalipse 22.11: “Quem é santo, seja santificado ainda”.

CONCLUSÃO:

Uma vez que tenha compreendido que a vida é um teste, você percebe que nada é insignificante na vida. Mesmo o menor incidente é relevante para o desenvolvimento de seu caráter. Cada dia é importante, e cada segundo é uma oportunidade de crescimento para aprofundar o caráter e demonstrar amor ou dependência de Deus. Alguns testes parecem esmagadores, enquanto outros você nem percebe. Mas todos têm implicações eternas. A boa notícia é que Deus quer que você passe nos testes da vida, então ele jamais permitirá que você enfrente testes maiores que a graça que ele lhe concede para lidar com eles. A Bíblia diz: “... mas Deus cumpre a sua promessa e não deixará que vocês sofram tentações que vocês não têm forças para suportar” (I Co 10.13). Toda vez que você passa em um teste, Deus toma conhecimento e faz planos para recompensá-lo na eternidade. Tiago diz: “Felizes são aqueles que perseveram quando são testados. Depois de serem aprovados, eles receberão a coroa da vida que Deus prometeu aos que o amam” (Tg 1.12).

Não podemos nos esquecer que o sangue de Jesus nos purifica de todo pecado. Se, porventura, a tentação conseguir te vencer e você pecar, não precisa entrar em desespero. Confesse sua falta a Jesus, peça-lhe perdão, e amadureça, para que na próxima vez que a tentação se apresentar a você, possa estar firme ao ponto de vencê-la. Não se esqueça que a tentação só se caracteriza em pecado quando você cede à sua vontade. Por isso, é conveniente sempre fugir de pessoas, objetos, lugares e/ou situações que o conduzam ao pecado.

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