sábado, 18 de julho de 2009

LIÇÃO 1: CONHECENDO A BÍBLIA

I. Introdução:

A Bíblia é a revelação máxima de Deus á humanidade. Ela expressa a vontade de Deus, e ignorar a Bíblia é ignorar essa vontade. Certo teólogo disse que a “Bíblia é Deus falando ao homem; é Deus falando através do homem; é Deus falando com o homem; é Deus falando a favor do homem; mas, é sempre Deus falando!”

Milhões de pessoas estão buscando uma voz de autoridade que mereça confiança, a Bíblia Sagrada é essa voz que todos precisam ouvir. É a única que possui autoridade de conduzir o homem na sua totalidade, revelando, de modo claro, o caminho para Deus. É na Bíblia que encontramos as respostas às perguntas mais fundamentais da vida: De onde vim? Por que estou aqui? Qual o propósito da minha existência?

A fé cristã é uma convicção baseada em fatos reais. Estes fatos estão registrados na Bíblia Sagrada. Por isso a Bíblia é o manual do cristão. Ela nos ensina, repreende, corrige e educa.

A Bíblia Sagrada é uma coleção de 66 livros. Ela divide-se em duas grandes partes: Antigo Testamento (AT), com 39 livros, 929 capítulos e 23214 versículos; e o Novo Testamento (NT), com 27 livros, 260 capítulos e 7959 versículos. A palavra testamento vem do Latim e seu significado original é acordo, aliança, pacto. E é nesse sentido que ela é usada para dar nome às duas partes da Bíblia.

A divisão em capítulos e versículos foi feita bem mais tarde. Isso não foi trabalho de um só homem ou equipe, foram os massoretas – especialistas judeus que produziram um complexo e útil sistema de sinais vocálicos e outros sinais para preservação da língua hebraica, que é puramente consonantal – que fizeram a divisão do VT em versículos no final da século IX da era cristã. Entretanto, a primeira Bíblia inglesa, com divisão em capítulos e versículos, foi publicada em Gênova, em 1560.

O AT é assim denominado porque é formado por livros que registram o antigo pacto feito por Deus com seu povo. Esse pacto foi feito com Abraão, pai do povo israelita, confirmado por meio de Moisés, quando lhe foi dada a Lei ou os Dez Mandamentos. O NT recebe esse nome porque é formado pelo conjunto de livros que registram a nova aliança que Deus fez com seu povo, por meio de Jesus Cristo. Na antiga aliança, o povo de Deus era formado pelo israelitas, também chamados de hebreus ou judeus; na nova aliança o povo de Deus é constituído por todos aqueles que crêem em Jesus como Salvador e Senhor.

A Bíblia Sagrada subdivide-se em:

1º AT:

1) Lei ou Pentateuco – É composta pelos 5 primeiros livros: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio.

2) Livros Históricos – São 12: Josué, Juizes, Rute, I e II Samuel, I e II Reis, I e II Crônicas, Esdras, Neemias e Ester. Contam a história de Israel.

3) Livros Poéticos – São 5 livros: Jô, Salmos, Provérbios, Eclesiastes e Cantares.

4) Livros Proféticos – São 17 livros, subdivididos em Profetas Maiores e Profetas Menores:

a. Profetas Maiores: Isaías, Jeremias, Lamentações, Ezequiel e Daniel.

b. Profetas Menores: Oséias, Joel, Amós, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuque, Sofonias, Ageu, Zacarias e Malaquias.

2º NT:

1) Biografia ou Evangelhos – É composto pelos 4 evangelhos: Mateus, Marcos, Lucas e João. Descrevem a vida terrena de Jesus.

2) História – É o livro de Atos dos Apóstolos. Conta a história da igreja primitiva, dos apóstolos, o avanço do Cristianismo através das viagens missionárias de Paulo.

3) Epístolas – São 21 epístolas, subdividas em 2 grupos:

a. Epístolas Paulinas – Romanos, I e II Coríntios, Gálatas, Efésios, Filipenses, Colossenses, I e II Timóteo, Tito e Filemom. São ao todo 13 cartas endereçadas à Igrejas e indivíduos.

b. Epístolas Universais – Hebreus, Tiago, I e II Pedro, I, II e III João e Judas, dirigidas aos cristãos em geral.

4. Profecia – É um único livro, o Apocalipse, que descreve a consumação da obra de Cristo e o estabelecimento de novos Céus e nova Terra.

II. Revelação:

O ser humano jamais conheceria a Deus, nem tomaria conhecimento do seu plano de salvação, se o próprio Criador não tomasse a iniciativa de se revelar à criatura. Felizmente, Deus resolveu se revelar ao homem. Esta revelação é um ato consciente, voluntário e intencional por meio do qual Deus revela ou comunica ao homem a verdade referente a si mesmo em relação à suas criaturas.

Deus se revela através das obras da criação e da providência, na preservação e no governo do universo. O rei Davi escreveu: “os céus proclamam a glória de Deus e o firmamento anuncia as obras das suas mãos” (Sl 19.1). O apóstolo Paulo afirmou que Deus “não se deixou ficar sem testemunho de si mesmo, fazendo o bem, dando do céu as chuvas e as estações frutíferas” (At 14.17). E na epístola aos romanos ele tratou do mesmo assunto de modo ainda mais claro, afirmando: “Por que os atributos invisíveis de Deus, assim o se eterno poder como também a sua própria divindade, claramente se reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo percebido por meio das coisas que foram criadas” (Rm 1.20).

Deus fala ao homem através da sua criação, nas forças da natureza, na constituição da mente humana, na voz da consciência, no governo providencial do mundo em geral e das vidas dos indivíduos em particular. Esta revelação é chamada de revelação geral por ser dirigida a todos os homens. Ela é suficiente para deixar os homens indesculpáveis diante de Deus, mas insuficiente para a salvação.

Toda a criação foi atingida pelo pecado. Tornou-se imperfeita. A criação, como instrumento de auto-revelação de Deus, deve ser vista como um livro incompleto, repleto de páginas rasuradas. Assim, o homem também foi atingido. Espiritualmente ele ficou ignorante e embrutecido como um irracional. E assim ficou impossível compreender corretamente o que Deus nos fala através da natureza.

Mas o plano eterno de Deus inclui também a revelação especial, que tem o objetivo de levar o pecador de volta para o Criador. O autor da epístola aos hebreus escreveu sobre essa revelação especial: “Havendo Deus, outrora, falado, muitas vezes e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, nestes últimos dias, nos falou pelo Filho, a quem constituiu herdeiro de todas as coisas, pelo qual também fez o universo” (Hb 1.1-2). Deus falou através de manifestações especiais, falou diretamente a alguns de seus servos, como por exemplo, a Moisés, falou através dos profetas, falou através de milagres. A revelação especial é progressiva, e atinge seu ápice em Jesus Cristo.

III. Inspiração:

Quando falamos em inspiração da Bíblia estamos afirmando que Deus levantou homens e os fez registrar, sem erro, a sua revelação especial. Estes homens, sob inspiração divina, escreveram os livros que compõe a Bíblia Sagrada. “Porque nunca jamais qualquer profecia foi dada por vontade humana; entretanto, homens santos falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo” (II Pe 1.21).

Os livros da Bíblia foram escritos por, no mínimo, 36 autores, no período que pode chegar a 1660 anos. Os escritores dos livros da Bíblia escreveram sob inspiração divina, e por determinação divina. Alguns escritores registraram ter recebido de Deus uma ordem direta para escrever (Ex 17. 14; 34.27; Nm 33.2; Is 30.8). Outros certamente sentiram-se impulsionados a escrever, era Deus agindo em suas mentes e corações. Mas, não devemos imaginar que Deus ia ditando e eles escrevendo. Deus os usou como eles eram. O Senhor os guiou na escolha das palavras, na construção das frases, para que os fatos e as idéias fossem corretamente registrados. Mas, cada um usando o seu próprio vocabulário e de acordo com seu próprio estilo e personalidade. Por isso, cada livro, embora inspirado por Deus, traz a marca pessoal de seu autor e as marcas do tempo em que ele viveu, e, ainda assim, existe uma extraordinária harmonia em todas as suas partes. Isso é evidência de que a Bíblia Sagrada é, realmente, inspirada por Deus.

Os livros apócrifos, se comparados com os livros inspirados, apresentam uma grande pobreza de estilo e conteúdo. Além disso, ensinam doutrinas e práticas que se contradizem com os ensinos apresentados nos livros inspirados. Por exemplo, justificam a mentira (Judite 10.11-17; 11.1-23; 15. 8-10) e o suicídio (II Macabeus 14.37-46), ensinam feitiçaria (Tobias 6.1-9) e oração aos mortos (II Macabeus 12.38-45). Uma simples leitura é o suficiente para mostrar que estes livros não foram inspirados por Deus.

A revelação especial está bem clara nas Sagradas Escrituras. Através dela Deus no diz quem Ele é, quem somos nós, de onde viemos, para onde vamos e seu plano geral para as nossas vidas.

IV. Iluminação:

Tudo o que precisamos saber para recebermos a salvação e vivermos uma vida correta, justa e em comunhão com Deus está registrado na Bíblia. Mas, “o homem natural não aceita as coisas do Espírito de Deus, porque lhe são loucura; e não pode entende-la porque elas se discernem espiritualmente” (I Co 2.14). Isso significa que o homem, apenas com seus recursos naturais, sem a assistência do Espírito Santo, não pode compreender o que está escrito na Bíblia. Ela só pode ser compreendida através da iluminação do Espírito Santo.

Quando falamos em iluminação estamos nos referindo à atuação de Deus na mente e no coração do homem, através do Espírito Santo, capacitando-o para entender o ensino bíblico. Certo teólogo explicou que todo o conselho de Deus concerne a todas as coisas necessárias para a glória d’Ele, para a salvação, fé e vida do homem, ou é expressamente declarado na Bíblia ou pode ser lógica e claramente deduzido dela, entretanto é necessário a iluminação do Espírito Santo para a compreensão das coisas que estão reveladas na Palavra.

Em Atos 16.14 que fala sobre a conversão de Lídia temos um exemplo de iluminação. Muitas mulheres ouviram a pregação, mas apenas Lídia se converteu. E ela só se converteu porque o “Senhor lhe abriu o coração para que estivesse atenta ao que Paulo dizia” (At 16.14). O Espírito Santo iluminou a mente e abriu o coração de Lídia levando-a a compreender e aceitar a mensagem que estava sendo pregada.

A iluminação, entretanto, não dispensa o esforço para compreendermos corretamente a Palavra de Deus. A Bíblia deve ser examinada com seriedade e interpretada com fidelidade. Portanto, quando houver dúvidas sobre o verdadeiro e pleno sentido de qualquer texto da Escritura, esse texto pode ser estudado e compreendido através de outras passagens que falem mais claramente.

V. Conclusão:

Deus tomou a iniciativa de se revelar a nós. Através de uma revelação especial Ele nos deu a conhecer o seu plano para nossas vidas e o modo como devemos viver e servi-lo. Com a atuação do Espírito Santo em nossas mentes e corações Deus nos capacita a compreender sua mensagem registrada na Bíblia.

A Palavra de Deus (Bíblia) é a nossa única regra de fé e prática por isso devemos examiná-la continuamente. O estudo deve ser seguido de prática, pois viver o ensino bíblico resulta em crescimento espiritual. Não que a Bíblia seja um livro, mas, sendo ela a palavra de Deus, somos aperfeiçoados na medida da nossa prontidão em responder aos apelos que Ele nos faz através de sua Palavra.

Para que você possa compreender um pouco mais sobre a Palavra de Deus leia:

1. O pacto de Deus com Abraão – Gn 12.1-9; 17.9-14

2. Deus fala com Moisés – Ex 3.1-10; 20.1-16

3. Deus se revela através da criação – Sm 19.1-6

4. A superioridade da Palavra de Deus – II Pe 1.16-21

5. A inspiração da Bíblia – II Tm 3.14-17

6. Jesus explica sua missão – João 5.19-47

Nenhum comentário:

Postar um comentário