sábado, 18 de julho de 2009

LIÇÃO 3: PECADO & ARREPENDIMENTO

I. PECADO:

Pecado é a falta de conformidade com a vontade de Deus, em estado, disposição ou conduta. Para indicar isso, a Bíblia usa vários termos como:

· pecado (Sl 51.2; Rm 6.2);

· desobediência (Hb 2.2);

· transgressão (Sl 51.1; Hb 2.2);

· iniqüidade (Sl 51.2; Mt 7.23);

· mal, maldade, malignidade (Pv 17.11; Rm 1.29)

· perversidade (Pv 6.14; At 3.26);

· rebelião, rebeldia (1Sm 15.23; Jr 14.7);

· engano (Sf 1.9; 2;Is 2.10);

· injustiça (Jr 22.13; Rm 1.18);

· erro, falta (Sl 19.12; Rm 1.27);

· impiedade (Pv 8.7; Rm 1.18);

· concupiscência (Is 57.5; 1Jo 2.16);

· depravação (Ez 16.27,43,58).

Com respeito à origem do pecado na história da humanidade, a Bíblia ensina que ele teve início com a transgressão de Adão e Eva, e, portanto, um ato voluntário da parte do homem, leia Gn 3. 1-23.

O tentador veio do mundo dos espíritos com a sugestão de que o homem, colocando-se em oposição a Deus, poderia tornar-se semelhante a Deus. Adão se rendeu à tentação e cometeu o primeiro pecado, comendo do fruto proibido. Mas a coisa não parou aí, pois com esse primeiro pecado Adão passou a ser escravo do pecado. Esse pecado trouxe consigo corrupção permanente, corrupção que teria efeito, não somente sobre Adão, mas também sobre todos os seus descendentes.

Como resultado da “queda”, o pai da raça humana transmitiu uma natureza deturpada aos seus descendentes. Dessa fonte o pecado flui numa corrente impura passando para todas as gerações de homens, corrompendo tudo e todos com que entra em contato. Adão pecou não somente como o pai da raça humana, mas também como o representante de todos os seus descendentes, e dessa forma, todos nós somos passíveis de punição e morte.

É primariamente nesse sentido que o pecado de Adão é o pecado de todos. É o que Paulo ensina em Rm 5.12: “Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado a morte, assim também a morte passou a todos os homens, porque todos pecaram”. Isso significa que todos se tornaram sujeitos ao castigo e à morte. Não se trata do pecado considerado meramente como corrupção, mas como culpa que leva consigo o castigo. Deus considera todos os homens como pecadores culpados em Adão, exatamente como considera todos os crentes como justos em Jesus Cristo. É o que Paulo quer dizer, quando afirma: “pois assim como por uma só ofensa veio o juízo sobre todos os homens para condenação, assim também por um só ato de justiça veio a graça sobre todos os homens para a justificação que dá vida. Porque, como pela desobediência de um só homem muitos se tornaram pecadores, assim também por meio da obediência de um só muitos se tornarão justos” (Rm 5.18, 19). A primeira transgressão do homem teve os seguintes resultados:

1º. Perversão total da natureza humana. O contágio do pecado espalhou-se imediatamente pelo homem todo, não ficando sem ser tocada nenhuma parte da sua natureza, mas contaminando todos os poderes e faculdades do corpo e da alma. Esta completa corrupção do homem é ensinada claramente na Escritura em Gn 6.5; Sl 14.3; Rm 7.18. Na realidade essa corrupção manifesta-se como incapacidade espiritual.

2º. Houve a perda da comunhão com Deus. O homem perdeu a imagem de Deus no sentido de retidão original. Ele rompeu com a verdadeira fonte de vida e bem-aventurança, e o resultado foi uma condição de morte espiritual (Ef 2.1, 5, 12; 4.18).

3º. Mudança em sua consciência. Houve, primeiramente, uma consciência da corrupção, revelando-se no sentido de vergonha, e no esforço que os nossos primeiros pais fizeram para cobrir a sua nudez. E depois houve uma consciência de culpa, que achou expressão numa consciência acusadora e no temor de Deus que isso inspirou.

4º. Morte. Não somente a morte espiritual, mas também a morte física resultou do primeiro pecado do homem. Havendo pecado, o homem foi condenado a retornar ao pó do qual fora tomado (Gn 3.19). Paulo nos diz que por um homem a morte entrou no mundo e passou a todos os outros homens (Rm 5.12), e que o salário do pecado é a morte (Rm 6.23).

5º. Esta mudança resultou também numa necessária mudança de residência. O homem foi expulso do paraíso, porque este representava o lugar da comunhão com Deus, era símbolo da vida mais completa e perfeita se continuasse firme. Foi-lhe vedada a árvore da vida, porque esta era o símbolo da vida prometida.

Tipos de pecado

Pecado original - Significa que todos nós nascemos pecadores como herança da desobediência de Adão e Eva. “Eu nasci na iniqüidade, e em pecado me concebeu minha mãe” (Sl 51.5); “Se dissermos que não temos pecado nenhum, a nós mesmo nos enganamos, e a verdade não está em nós” (I Jo 1.8).

Pecado por omissão – acontece quando você sabe, tem consciência, que deve fazer algo, Deus quer que você faça algo, porém você deixa de fazer, por exemplo, a Bíblia diz que devemos orar sem cessar, no entanto você ora todos os dias? Mesmo?“Aquele que sabe que deve fazer o bem e não o faz, comete pecado.” (Tg 4.17).

Pecado por comissão - são aqueles erros que cometemos conscientemente, voluntariamente, por exemplo, você sabe que algo é errado, mas, mesmo assim, você vai e faz, você decide ter aquela atitude. “... cada um é tentado pela sua própria cobiça, quando esta o atrai e seduz. Então, a cobiça, depois de haver concebido, dá à luz o pecado; e o pecado, uma vez consumado, gera a morte” (Tg 1.14-15).

II. ARREPENDIMENTO:

A Bíblia nos apresenta o homem como em uma situação complicada diante de Deus. Veja dois exemplos: “Eis que a mão do Senhor não está encolhida, para que não possa salvar; nem surdo o seu ouvido, para não poder ouvir. Mas as vossas iniqüidades fazem separação entre vós e o vosso Deus; e os vossos pecados encobrem o seu rosto de vós, para que vos não ouça” (Is 59.1-2). “Porque todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus” (Rm 3.23)

Essa condição do homem de pecado e afastamento de Deus expôs o homem e toda a humanidade a todo tipo de desajustes que vemos: guerras, conflitos, assassinatos, exploração, mentiras, egoísmo, abusos de todos os tipos, destruição da família, etc. Como resultado de estar afastado de Deus, o homem entrou em conflito com os outros e consigo mesmo.

A origem de toda essa situação é a rebeldia. È a atitude de rebeldia que temos dentro de nós, herdada de nossos pais, Adão e Eva. Diante de uma ordem de Deus, eles se rebelaram no Jardim do Éden, preferindo seguir a Satanás e fazer a sua própria vontade (Gn 2.15-17; 3.1-6). Esse foi o pecado que afastou o homem de seu relacionamento com Deus: a rebeldia. A partir daí a porta foi aberta para todo tipo de pecada e para a morte (Rm 5.17).

Rebeldia é viver como eu quero, como acho melhor, como “me dá na cabeça”. Todos nós somos rebeldes por natureza para com Deus e temos um coração orgulhoso e egoísta. Queremos fazer aquilo que nos parece melhor, queremos ser “livres”, e viver à nossa maneira. Não queremos ninguém se “metendo” em nossas vidas, dizendo o que devemos ou não fazer. Essa atitude de rebeldia e independência é o nosso maior pecado.

A Bíblia, em Ef 2.1-3, descreve a pessoa que anda no pecado. As pessoas não conseguem aceitar que essa é uma descrição delas mesmas, mas, infelizmente, é a condição de todo homem e mulher. Se essa é a verdadeira condição do homem, qual é a solução?

Arrependimento: Uma Mudança Radical de Atitude

Se o problema do homem é que ele está sem Deus por causa do pecado, a solução é cortar o problema pela raiz, na sua origem. É preciso mudar de atitude, é preciso abandonar a rebeldia. Essa mudança de atitude é descrita na Bíblia como arrependimento. Quando Jesus começou a pregar, sua mensagem era: “arrependam-se” (Mt 4.17), antes dele veio João Batista, dizendo: “arrependam-se” (Mt 3.1-2). Os apóstolos de Jesus continuaram a pregar a mensagem de Deus para que todos se arrependessem (At 2.38 e 17.30).

Algumas pessoas confundem arrependimento com remorso. Remorso é um sentimento de mal estar por haver feito algo errado. O arrependimento é muito mais que isso. Arrependimento não é apenas um pesar por ter ofendido alguém. A contrição sem conversão nos leva a continuar cometendo os mesmos pecados, pois o que nos incomoda, pesa em nossa consciência, são apenas aqueles pecados grosseiros que cometemos. Arrepender-se significa uma mudança radical de atitude e mentalidade, a atitude à qual somos chamados a abandonar é a rebeldia.

Em Mt 11.29 o Senhor Jesus nos chama para “tomar sobre nós o Seu jugo”, levar o jugo de Jesus significa nos sujeitarmos a Ele e viver obedientes e submissos em tudo. Antes vivíamos como queríamos agora nos comprometemos em viver como Cristo quer, adotamos uma nova atitude, a submissão.

Quatro Aspectos do Arrependimento:

a) Mudança de Reino do império das trevas para o reino da luz (Cl 1.13)

Nesse mundo existem apenas dois reinos. Desde o primeiro pecado de Adão, todos nós nascemos no reino das trevas, cujo príncipe é Satanás, ele, juntamente com seus demônios, engana domina e age em todos os homens para arruiná-los. Quando nos arrependemos, renunciamos a Satanás e suas mentiras e sujeitamos nossas vidas a Jesus Cristo, para que Ele a governe.

b) Negar-se a si mesmo – Mc 8.34-35

Por causa da nossa natureza egoísta, desenvolvemos no decorrer dos anos um estilo de vida egocêntrico. Em outras palavras, eu sou o centro do meu mundo, tudo o que faço é para mim: viver, estudar, trabalhar, descansar, etc. Todos os meus esforços estão orientados para meu próprio bem estar.

O homem “religioso” – aquele que exterioriza uma religiosidade sem ter uma experiência genuína de conversão e comunhão com Deus - que não deixou de lado seus próprios interesses, está nas mesmas condições com a única diferença que agora tem Deus “a seu serviço”. O “religioso” entende Deus como aquele que existe para o ajudar, guardar dos perigos, abençoar, curar, etc., no entanto, ele mesmo continua sendo o centro de sua vida. Não vive para Deus, mas para ele mesmo.

Negar-se a si mesmo é esquecer ou deixar de lado meus próprios interesses, é dizer NÃO ao egoísmo. Cristo deve ser o centro da sua vida, você deve viver para Ele e por Ele. Assim seu trabalho será para Ele, seu dinheiro, seus estudos, sua família, seus sonhos, tudo terá o objetivo de honrar ao Senhor. “Quem achar a sua vida perdê-la-á; e quem perder a sua vida por amor de mim achá-la-á” (Mt 10.39).

c) Colocar Jesus em 1º lugar – Mt 10.37, Lc 14.26

Geralmente colocamos o nosso “eu” e nossas coisas em primeiro lugar, Jesus exige uma mudança total. Ele é Deus, e como tal deve ocupar o primeiro lugar em nossa vida. Acima de tudo devemos a Ele amor e fidelidade. Jesus tem que ser a pessoa mais importante de nossas vidas, aquele a quem amamos mais do que nossos familiares, posses e anda mais do que a nós mesmo.

d) Renunciar tudo o que possui – Lc 14.33

As pessoas, em geral, por sua ignorância e egoísmo, consideram-se donas de tudo que possuem. Na realidade, o legítimo dono de tudo que possuímos é Deus. Todos os nossos pertences, incluindo bens materiais, família, tempo, capacidades naturais, casa, dinheiro, futuro, etc., tudo isso é de Deus.

A mudança de atitude consiste no fato de que antes eu acreditava que tudo o que eu possuía era para mim e para os meus, mas agora, renuncio tudo quanto tenho e entrego tudo isso para Deus. Tudo fica à Sua inteira disposição para o que Ele mandar. Dessa forma, o discípulo (você) é apenas mordomo dos bens que possui. “O homem não pode receber coisa alguma se do céu não lhe for dada” (Jo 3.27); “... não que, por nós mesmos, sejamos capazes de pensar alguma coisa, como se partisse de nós; pelo contrário, a nossa capacidade vem de Deus (II Co 3.5).

Como Devemos nos arrepender

a) Tomando uma decisão firme e imediata de deixar a velha vida e seguir a Jesus Cristo (Jo 15.1-18)

Você já entendeu que seu problema não é uma ou outra atitude errada, você já sabe que tem uma natureza originalmente má, portanto, você deve deixar essa atitude de rebeldia conscientemente e abrir mão de governar sua própria vida e entregá-la a Deus para obedecê-lo em tudo. É hora de rejeitar a soberba, o egoísmo, a independência, sair do centro de sua vida e colocar Jesus nesse lugar. Lembre-se a solução não é ser um “religioso”. Você não precisa de uma religião ou de um Deus que resolva todos os seus problemas, mas que não muda o seu coração. Você precisa conhecer Jesus, e através de um relacionamento diário de amizade, Ele te transformará, mudará sua forma de ver as pessoas, as circunstancias, o mundo ao seu redor.

b) Renunciando todo tipo de envolvimento com o reino das trevas (At 19.18-20)

Se no passado você se envolveu com algum tipo de ocultismo, bruxaria (wicca), espiritismo, religiões orientais, tarô, numerologia, astrologia, etc., você deve confessar isso a Jesus e renunciar a tudo isso em oração. Inclusive queimando e destruindo todos os objetos que possam estar ligados a essas práticas como nos ensina At 19.18-20.

c) Confessando os pecados (Pv 28.13; I Jo 1.9)

Quando vemos nossa condição de pecadores somos quebrantados, assim vemos como temos ofendido a Deus com os nossos pecados. Ao nos arrependermos devemos confessar nossos erros com a nossa boca (Rm 10.9-10). Ao se confessar a Deus mencione todos os pecados que você conseguir se lembrar, certamente você não se lembrará de todos, não se preocupe, com certeza, o Espírito Santo te guiará. A confissão deve ser sincera, deve ser feita com base no arrependimento e com a firme determinação de abandonar o pecado.

Quando possível a confissão deve ser acompanhada de restituição, por exemplo, aquilo que foi furtado deve ser devolvido, pedir perdão a quem ofendemos, tratamos mal ou magoamos, e falar a verdade a quem enganamos. Na oração também liberamos o perdão àqueles que nos fizeram mal.

III. CONCLUSÃO:

Jesus veio com a boa notícia de que o nosso problema com Deus podia ser resolvido e nos apresentou uma condição para sermos salvos da nossa situação de perdidos em nossos pecados: o arrependimento. O verdadeiro arrependimento é o que produz convicção, contrição, confissão, abandono do pecado e conversão do pecador. Se essas 5 coisas não acontecerem na vida de uma pessoa que diz que se converteu, fique certo que na realidade não houve conversão, não se trata de arrependimento verdadeiro e completo, mas apenas tristeza e remorso: “Porque a tristeza segundo Deus produz arrependimento para a salvação, que a ninguém traz pesar; mas a tristeza do mundo produz morte” (II Co 7.10).

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